06/01/2021 08h40
Foto: Divulgação
A Santos Brasil, operadora logística que administra o Terminal de Contêineres do Porto de Santos (Tecon Santos), adiou de 31 de dezembro de 2020 para 31 de dezembro de 2031 a conclusão de seu cronograma de investimentos previstos no cais santista. Segundo a empresa, a estimativa é investir, até o próximo ano, ao menos R$ 360 milhões – R$ 313 milhões já foram executados.
A informação foi divulgada ao mercado no domingo, através de fato relevante, assinado pelo diretor econômico-financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Daniel Pedreira Dorea.
O montante de investimentos é relacionado ao pedido de renovação antecipada do contrato de arrendamento do terminal. Inicialmente, a empresa teria até o ano que vem para operar o Tecon. Porém, em 2015, após uma negociação com o Governo Federal, a Santos Brasil garantiu a renovação até 2047.
Para isso, a operadora assumiu o compromisso de investir mais de R$ 1,2 bilhão na instalação. Esses investimentos deverão garantir o aumento da capacidade de movimentação de contêineres no Tecon.
De 2 milhões de TEU (unidade equivalente a um cofre de 20 pés) movimentados anualmente, o volume passará a ser de 2,4 milhões de TEU por ano. Além disso, a previsão é de que a instalação alcance a marca de 150 MPH (movimentos por hora).
Uma das principais intervenções previstas é a ampliação do cais dos atuais 980 metros para 1.200 metros, por meio do prolongamento do trecho acostável até o Terminal de Exportação de Veículos (TEV).
A ampliação viabilizará a atracação simultânea de três novos navios Panamax, capazes de carregar entre 7.000e 12.500 TEU. Além disso, a empresa previu o aprofundamento de berços de atracação e a compra de equipamentos como portêineres (usados para movimentar os contêineres entre o cais e os navios).
“O novo cronograma de investimentos preserva a equação econômico-financeira original do contrato de arrendamento, mantendo-se inalterados o montante a se investir e o prazo de arrendamento previstos no quinto termo aditivo, resguardando-se as premissas originais já pactuadas, dentre elas as de movimentação, preço e produtividade”, destacou a empresa no fato relevante.
Falta de demanda
Em nota, o presidente da Santos Brasil, Antônio Carlos Sepúlveda, informou que “a falta da demanda frente à capacidade gerada ao longo do tempo pelo projeto original foi o que motivou o pedido de dilatação do prazo para a realização do investimento de R$ 1,5 bilhão (em valores atualizados) no Tecon Santos”. Segundo o executivo, a legislação permite a revisão do cronograma de investimentos. “O montante do investimento se mantém inalterado assim como o prazo de arrendamento”, informou.
Sepúlveda disse que foi alterado o prazo para parte dos investimentos em equipamentos. Já os investimentos na infraestrutura de cais estão sendo concluídos.
Fonte: A Tribuna