Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Sustentabilidade

Setor mineral anuncia metas ambiciosas de descarbonização

Compromissos incluem redução de até 95% das emissões de carbono até 2050

29/10/2025 07h32

O setor mineral brasileiro anunciou um conjunto de metas ambiciosas de sustentabilidade, com foco na redução de emissões, uso eficiente de recursos e preservação ambiental. Entre os compromissos, está a redução de 40% a 50% das emissões de carbono até 2030 e de 90% a 95% até 2050. As metas também incluem diminuir em 25% o uso específico de água e ampliar em 10% as áreas de preservação da biodiversidade.

Essas iniciativas fazem parte da estratégia “Mineração do Futuro” e serão apresentadas na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em novembro, em Belém. O evento é considerado um momento-chave para consolidar compromissos do setor com a sociedade e com o meio ambiente.

“Estamos afirmando metas claras que vamos alcançar”, destacou Raul Jungmann, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Segundo ele, a elaboração do documento envolveu um esforço coletivo das empresas do setor e dos conselhos consultivos.

A descarbonização é um dos pilares centrais da estratégia. “Precisamos desenvolver soluções tecnológicas viáveis em larga escala para reduzir efetivamente a pegada de carbono do setor”, enfatizou Jungmann. Ele afirmou que os investimentos estimados para alcançar essas metas chegam a US$ 68 bilhões até 2030.

Raul Jungmann, diretor-presidente do Ibram - Foto: Divulgação

A eletrificação da cadeia produtiva também é prioridade. “Quando pensamos em caminhões movidos a hidrogênio ou veículos elétricos, precisamos unir possibilidades em soluções viáveis e de escala. O ritmo e a viabilidade desses projetos são fundamentais para que os investimentos tragam resultados concretos”, disse.

O uso responsável da água e a preservação da biodiversidade são outros focos estratégicos. “Água é vida, não existe vida sem água. Por isso, o uso inteligente e responsável desse recurso é uma obrigação que temos com a sociedade”, ressaltou o dirigente, reforçando a importância de soluções técnicas e científicas para monitorar e otimizar o consumo em cada mina.

Jungmann apontou ainda para a necessidade de transparência e confiança pública. “Não se trata apenas de metas, mas de construir credibilidade com a sociedade. Todas as informações sobre pegada de carbono, uso da água e preservação da biodiversidade devem estar disponíveis de forma clara e auditável."

Transição energética

O Brasil quer ampliar seu papel estratégico na oferta global de minerais críticos e terras-raras, insumos essenciais para a produção de baterias, turbinas eólicas, painéis solares e outras tecnologias de baixo carbono. 

Segundo o Ibram, o país possui potencial para se tornar um dos principais fornecedores mundiais desses recursos, combinando riqueza geológica com práticas sustentáveis de exploração. A valorização desses minerais é vista como oportunidade para fortalecer a soberania energética, atrair investimentos e acelerar a transição para uma economia verde.

A CEO da Anglo American no Brasil e presidente do Conselho Diretor do Ibram, Ana Sanches, afirmou que o setor pretende atuar de forma colaborativa, envolvendo empresas, comunidades e autoridades regulatórias. “A atuação conjunta é fundamental para encontrar soluções e atingir os objetivos propostos. É um compromisso que exige responsabilidade, inovação e trabalho coletivo”, comentou.

Fonte: Correio Braziliense