20/04/2021 11h33
Foto: Porto de Itajaí - Ana Paula Baticini
O “Sistema Carrossel”, que começou a ser executado em dezembro de 2020, tem ajudado a reduzir as filas e conflitos de trânsito nas proximidades do Porto de Itajaí. Com a adoção desse sistema os caminhões podem entrar e sair por portões diferentes, criando um fluxo único, que agiliza a operação, facilita a mobilidade e reduz o tempo que o motorista gasta se deslocando no pátio.
“Muitas pessoas nos questionam se o movimento do porto caiu porque as filas reduziram. Pelo contrário, a movimentação cresceu em 2021. O que nos ajudou a melhorar essa condição foram mudanças operacionais que adotamos. O sistema denominado por “carrossel” está entre essas mudanças”, explica Fábio da Veiga, superintendente do Porto de Itajaí.
De acordo com Jean Carlos Potrich, coordenador de Informática e Tecnologia da Informação da Superintendência do Porto de Itajaí, acessaram o porto, nos primeiros três meses de 2021, 75.197 caminhões, uma média de 25.065 veículos por mês.
Heder Cassiano Moritz, diretor-geral de Operações Logísticas da Superintendência do Porto de Itajaí, ressalta que a redução das filas de caminhões depende de um conjunto de ações, mas o carrossel é muito importante para a dinâmica da operação e sua implantação uma grande conquista para o Porto de Itajaí.
“A redução das filas não depende apenas da implantação do carrossel, mas de uma série de investimentos e melhorias como equipamentos, aumento de área, o plano operacional, o próprio tráfego no interior do pátio que foi otimizado com o carrossel - e que já se comprovou um sucesso, enfim adequações que fizemos e que ainda serão implantadas. Todo esse conjunto resulta na otimização da operação e consequentemente na diminuição das filas”, esclarece Heder.
O diretor-superintendente da APM Terminals, Aristides Russi Júnior, acredita que é um processo contínuo de aperfeiçoamento e afirma que a APM continuará buscando dia a dia mais soluções que agreguem valor para os clientes e melhorem a performance e segurança. Ele ressalta que “nos últimos meses temos trabalhado incansavelmente em diversas ações e projetos de acordo com a metodologia LEAN (gerenciamento que busca a redução de desperdícios), para melhoria do atendimento aos nossos clientes, com foco especial aos motoristas”.
Junto com a superintendência, implantamos novas rotinas como utilização do sistema de carrossel, otimizando o benefício da existência de “gates” em locais distintos. Além disso, realizamos melhorias em processos operacionais e na utilização de equipamentos. Com isso, pudemos notar a diminuição de filas e do tempo de espera para liberação dos caminhões”, disse Aristides Russi Júnior.
A Codetran (Coordenadoria de Trânsito de Itajaí), por meio de seu responsável, Robson Alan Costa, destaca que atualmente tem atendido de um a dois chamados a cada duas semanas na região portuária. Nos meses anteriores os chamados para resolver conflitos e filas na região eram quase que diários.
“A adoção do Sistema Carrossel é algo simples e bastante comum na logística, mas em Itajaí temos uma característica particular de alfandegamento, que é a existência de dois recintos alfandegados dentro do mesmo pátio sem nenhuma barreira física entre eles, que cria uma complexidade um pouco maior”, ressalta Fábio.
Um recinto alfandegado é uma área destinada para carga e descarga de mercadorias e circulação de pessoas vindas ou destinadas ao exterior. Essa área é controlada pela Receita Federal e demais órgãos de fiscalização e controle de fronteira.
A zona primária do Porto de Itajaí compreende a área pública e a arrendada (APM Terminals), com dois portões de acesso, um para cada área. Apesar de estarem no mesmo pátio, essas áreas são distintas sob o ponto de vista do controle e fiscalização das mercadorias. Por isso, até então, os caminhões precisam acessar e sair do porto pelo mesmo portão, já que cada um pertence a áreas alfandegadas diferentes.
“O carrossel foi um avanço para nós. Pois conseguimos a liberação para que as mercadorias pudessem circular pelos dois portões trazendo um pouco mais de mobilidade no nosso pátio. Essa conquista é resultado de um esforço que começou em 2019, com horas de trabalho de desenvolvimento de sistemas, de fundamentações junto à Receita Federal”, destaca Fábio. Segundo ele, desde a liberação no final do ano passado, o resultado desse sistema tem se mostrado muito positivo para a operação.
Para o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, “enquanto o porto cresce e tem movimento a cidade se desenvolve com ele, e é isso que todos nós, cidadãos de Itajaí, queremos para nosso município. Às vezes o crescimento na movimentação provoca alguns transtornos, como é o caso das filas de caminhão e enquanto municipalidade temos imediatamente procurado solucionar esses problemas. “Com o apoio da Superintendência do Porto de Itajaí, a APM Terminals, a Codetran, os trabalhadores portuários avulsos, caminhoneiros e todos os envolvidos com essa atividade estamos conseguindo diminuir o impacto do crescimento e melhorar o relacionamento porto cidade. Quem ganha com isso é a cidade de Itajaí e nossos munícipes”, finaliza.