03/02/2023 10h50
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A T2S Tecnologia fechou uma parceria com a multinacional Nokia visando preparar os terminais portuários para receber o 5G privado. O intuito é oferecer uma substituição ao Wi-Fi e abrir a possibilidade para que as empresas se atualizem e invistam no recurso, que deve se tornar uma tendência nos próximos anos.
Com a expectativa gerada em torno da chegada do 5G ao Brasil e das possibilidades que a tecnologia oferecerá, o diretor da T2S Tecnologia, Rodrigo Lopes Salgado, disse que é preciso compreender as diferenças entre o uso doméstico e a utilização em operações — como no setor portuário. Segundo ele, que é engenheiro de computação e professor universitário, as possibilidades no porto são muito mais amplas por se tratar de uma solução privada.
“No porto se implantam antenas proprietárias. O terminal compra as antenas, instala dentro da sua área de alcance e só funciona dentro daquela rede”, explixa Salgado, comparando o processo a uma nova operadora de celular privada e que precisa da licença da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para operar no terminal.
O especialista ressaltou que a expectativa é de que o número de equipamentos conectados a uma antena de rede móvel aumente. “É exponencialmente maior, com a possibilidade de milhares de equipamentos na mesma antena de 5G. É desse ganho que falamos, da velocidade e quantidade de equipamentos nas antenas ao mesmo tempo, sem impacto.”
Expectativas
A expectativa é que o 5G seja 20 vezes mais rápido do que as tecnologias atuais. Outra questão relevante para o setor se refere à quantidade de dispositivos que essa tecnologia permite conectar simultaneamente. Enquanto no 4G a cobertura é de 10 mil dispositivos por km², o 5G possibilita a conexão de até 1 milhão de dispositivos por km².
Ricardo Pupo Larguesa, também engenheiro de computação e diretor da T2S Tecnologia, pontuou que, com o 5G, a conectividade melhorará na totalidade. “Num terminal portuário, como há veículos transitando pelo terminal, o sinal é instável e lento. Isso não acontece com redes celulares. Então, tanto o LTE, que é uma tecnologia existente e em operação, quanto o 5G, que está para chegar, vai permitir que os equipamentos tenham uma comunicação mais eficiente.”
Segundo o especialista, isso aumentará a produtividade dos sistemas, que operam nessa rede com mais eficiência, e garantirá uma comunicação mais ágil, assertiva e consistente, porque será em tempo real.
Contêineres com dispositivos conectados a 5G, por exemplo, permitem o registro de toda a operação em tempo real: o posicionamento no pátio, a entrega dele para uma carreta, o rastreamento da carga no navio. No Porto de Santos, algumas ações já estão em andamento, com previsão para a implementação da primeira rede privada 5G em um grande terminal, prevista pela Anatel para 2023.