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Transporte Terrestre

Tráfego em rodovias brasileiras só deve se normalizar em 2024

O cenário pessimista da agência Fitch Ratings considera o tráfego de veículos diminuindo uma média de 28% em 2020

20/08/2020 16h00

Foto: Divulgação

A agência de classificação de riscos Fitch Ratings afirmou que o tráfego de veículos nas rodovias pedagiadas brasileiras só deverá voltar aos níveis de 2019 em 2024. Em relatório sobre as empresas que administram concessões de rodovias, a agência apontou como “incerta” a recuperação do volume de veículos, dada às incertezas causadas pela Covid-19.

“Os atuais cenários de avaliação da Fitch presumem que os níveis de tráfego de 2019 devem ser atingidos até 2024”, diz o relatório.

Segundo a Fitch, o relatório Global Economic Outlook, publicado em junho de 2020, aponta que a recuperação da economia e dos níveis de emprego não acontecerão em uma velocidade rápida, o que afetará o segmento de veículos de passeio quando as restrições de mobilidade acabarem.

O cenário pessimista da agência considera o tráfego de veículos diminuindo uma média de 28% em 2020.

O tráfego de veículos pesados é mais resiliente do que o de veículos leves, com a movimentação nas estradas de junho de 2020 quase em linha com 2019, explicado pelo desempenho positivo do agronegócio.

Segundo a Fitch, após o início da pandemia, as classificações das holdings que administram rodovias foram revistas para refletir os possíveis efeitos sobre os volumes de tráfego e o ritmo de recuperação para os níveis de 2019.

O rating da CCR foi afirmado com uma perspectiva estável, apoiada por sua baixa alavancagem e forte posição de caixa.

As notas de risco da Ecorodovias e da Arteris também foram afirmadas, mas a perspectiva da Ecorodovias foi revisada para negativa e a da Arteris foi colocada em observação para negativa.

A perspectiva negativa da Ecorodovias reflete principalmente a diminuição da capacidade de manter a alavancagem abaixo do que é considerado adequado para o rating (3,8 vezes) se essa tendência persistir por vários meses.

Já a Arteris foi colocada em observação por causa dos atrasos recorrentes nos reajustes de tarifas em rodovias federais, que poderiam aumentar a alavancagem acima de 4,5 vezes, refletindo o cenário de estresse da Fitch de atraso de reajuste sustentado de um ano.

“A liquidez da CCR seria adequada para cobrir a dívida de curto prazo, com a alavancagem de 2021 voltando a níveis alinhados com o rating da CCR. Esse cenário provavelmente exigirá que a Arteris e a Ecorodvias adiem algumas de suas obrigações, como capex [investimentos], para manter a alavancagem adequada às suas categorias de rating”, diz o relatório.

Segundo a agência, até agora, as empresas brasileiras se beneficiaram de uma parcela maior das receitas vindas dos veículos pesados, cujos volumes são mais resilientes, mas ainda afetados negativamente.

A Fitch, no entanto, afirmou que continuará monitorando de perto a duração das medidas de contenção, caso elas resultem em maior deterioração do Produto Interno Bruto (PIB) e diminuição da demanda por bens, o que pode continuar a pressionar os volumes de tráfego de veículos pesados.

Fonte: Valor