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Transporte Terrestre

Transporte coletivo pode entrar em colapso ainda este mês

Em Salvador, a redução na demanda diária por ônibus chega a 76%

06/04/2020 13h31

Foto: Jornal A Tarde

A crise gerada pelo novo coronavírus fez com que muitos municípios brasileiros venham tendo uma redução drástica no uso do transporte público. Em Salvador, a redução na demanda diária por ônibus chega a 76%.

Os sistemas de ônibus municipais de todo País podem entrar em colapso ainda este mês, de acordo com instituições que atuam no transporte público coletivo. O alerta foi feito pela Associação Nacional de Empresas de Transporte Urbanos (NTU). De acordo com a entidade, a crise gerada pelo novo coronavírus fez com que muitos municípios tivessem uma redução drástica no uso do transporte público. Salvador sofreu uma redução de 76% da sua demanda diária.

Junto à NTU, o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana e a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) encaminharam ao Ministério da Economia a proposta da criação do Programa Transporte Social, pedindo um aporte mensal de R$ 2,5 bilhões para pagamento de folha e compra de combustível até que a crise acabe.

A TARDE questionou à Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) se providências estão sendo tomadas para evitar o colapso na capital. A pasta respondeu que a discussão acerca dos reflexos da pandemia no transporte público vem sendo mantida entre a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e o Governo Federal.

A assessoria da Semob informou, ainda, que, devido às medidas de isolamento social, houve uma significativa queda na demanda de passageiros transportados, o que levou a um ajuste proporcional na oferta de transporte público na cidade de Salvador. A demanda diária de passageiros transportados está estabilizada em 25% do número de passageiros transportados antes da crise, o que equivale a cerca 350 mil pessoas.

O presidente executivo da NTU, Otávio Cunha, explicou ao A TARDE que não é possível precisar uma data específica do colapso em Salvador já que cada município tem suas peculiaridades, mas, se não houver o aporte governamental às cidades, a paralisação ocorrerá mais cedo ou mais tarde.

“Não queremos dinheiro do Governo, a ideia é que o ele [o Governo] compre créditos eletrônicos para serem utilizados no transporte público. Daí esse dinheiro entra no caixa das empresas que passam a honrar seus compromissos com a folha de pagamento e com a compra de combustível para manter o serviço”, explicou.

A reportagem de A TARDE entrou em contato ainda com o Ministério da Economia para saber se haveria ou não o aporte para as empresas de transporte coletivo de todo o País. A pasta informou que não comenta medidas em análise ou que ainda não sejam públicas.

Procurado para comentar a questão, o Consórcio Integra, associação das empresas de transporte coletivo de Salvador, informou que o tema deve ser tratado diretamente com a NTU.

Já a CCR Metrô Bahia, que faz a gestão das linhas de Metrô de Salvador e Lauro de Freitas afirmou que segue com operação normal do sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas, funcionando das 05h à 00h, a fim de atender a população que necessita se deslocar pela cidade.

 

Sindicato

O vice-presidente do sindicato dos rodoviários, Fábio Primo, acredita que se não houver um recurso advindo dos níveis municipal, estadual ou federal, certamente o sistema entrará em colapso.

“Já estávamos em crise antes, agora, transportando em média 20% do que transportava, fica pior. A prefeitura poderia utilizar o Fundo de Mobilidade para manter o transporte público”, disse. Em reunião 23 de março com o prefeito foi pedido uso do Fundo de Mobilidade para manter o salário dos trabalhadores.

Fonte: A Tarde