30/03/2020 17h23
Foto: Divulgação
O presidente norte-americano Donald Trump estendeu o período de distanciamento social até o dia 30 de abril. A decisão foi confirmada nesta segunda-feira (30) durante coletiva na Casa Branca. O governo federal americano pede que a população siga a medida para evitar o avanço do novo coronavírus. Trump tinha a expectativa de "abrir" o país até a Páscoa. A Covid-19 deve alcançar o pico no país em duas semanas, quando o número de mortes deve começar a diminuir.
O diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, Anthony Fauci, que faz parte da força-tarefa do governo contra o coronavírus, afirmou que a decisão é "sábia e prudente". Ao lado de Trump na coletiva de imprensa, ele reafirmou que o número de mortes por coronavírus nos EUA poderia alcançar 200 mil se não forem tomadas medidas adequadas para conter a disseminação do vírus. "O número que eu dei é baseado em modelos", reforçou Fauci. Segundo o especialista, os esforços de distanciamento social em andamento no país "estão tendo um efeito" que ainda não pode ser quantificado.
O recuo de Trump veio no momento em que o total de mortes causadas pela doença respiratória no país superou 2.460 e os casos passaram de 141 mil, a maior cifra do mundo. “O pico, o ponto mais altos da taxa de mortalidade, provavelmente acontecerá em duas semanas", disse o presidente. "Nada seria pior do que cantar vitória antes de a vitória ser conquistada," comentou.
Ele disse à população: "Quanto melhor vocês se saírem, mas rápido este pesadelo todo terminará."
Epidemia italiana
O número de mortes pela pandemia de coronavírus na Itália subiu em 812, para um total de 11.591, informou a Agência de Proteção Civil nesta segunda-feira (30), com um aumento no número diário de mortes que reverte dois dias de queda na taxa diária.
No entanto, o número de novos casos aumentou em 4.050, o índice mais baixo desde 17 de março, atingindo um total de 101.739 em relação aos 97.689 anteriores.
Foram registrados 5.217 casos no domingo (29) e 5.974 no sábado. Dos originalmente infectados em todo o país, 14.620 haviam se recuperado totalmente na segunda-feira, em comparação com 13.030 no dia anterior. Havia 3.981 pessoas em terapia intensiva, em comparação com as anteriores - 3.906.
A Itália registrou mais mortes em decorrência do novo coronavírus do que qualquer outro país do mundo e responde por mais de um terço de todas as mortes globais pelo vírus.
O isolamento social e as demais medidas de restrição em vigência na Itália nas últimas duas semanas devem levar a uma estabilização em breve da epidemia de coronavírus no país, mas será necessário acompanhamento vigilante, disse hoje uma autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Esperamos que a Itália e a Espanha estejam quase lá (no pico), mas o vírus não diminui por si só, ele precisa ser eliminado por meio de esforços de saúde pública", disse Mike Ryan, principal especialista em emergências da OMS, em entrevista coletiva.
No caso da Itália, Ryan afirmou que o país deve começar a ver uma estabilização. "Os casos que vemos hoje refletem realmente as exposições há duas semanas", afirmou.
Brasil
As secretarias estaduais de Saúde confirmaram, até as 12h55 desta segunda-feira (30), que os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal contabilizam 141 mortos e 4.371 casos do novo coronavírus. Dos óbitos, 98 foram registrados em São Paulo, sendo as duas mais recentes, que ainda não entraram para as estatísticas do órgão estadual de saúde, confirmadas por um hospital e por uma universidade. Já no Rio de Janeiro, nesse domingo (29), houve mais 42 casos, totalizando 600, e mais quatro mortes, resultando em 17 vítimas fatais no estado.
Em todo o país, o avanço da doença está acelerado: foram 25 dias desde o primeiro contágio confirmado até os primeiros 1.000 casos (de 26 de fevereiro a 21 de março). No entanto, os outros 2.000 casos foram confirmados em apenas seis dias (de 21 a 27 de março).
A secretaria estadual de Saúde do Rio Grande do Sul confirmou a terceira morte na manhã desta segunda-feira. Já o governo de Minas registrou a primeira morte pela doença e o número de casos chegou a 261.
Na Bahia, foi registrada, nesse domingo (29), a primeira morte por coronavírus no estado. Um paciente de 74 anos que fazia diálise e estava em um hospital particular. O número de casos no estado está em 156. Foi confirmado o primeiro caso em uma criança.
O governo do Distrito Federal também teve o registro da primeira morte: uma mulher de 61 anos. O DF tem 301 casos do novo coronavírus.
Também foi registrada a primeira morte no Maranhão neste domingo: um paciente de 49 anos internado com hipertensão em São Luís.
Subiu para 22 o número de casos no Maranhão, segundo informou o governador do estado em rede social na noite de sábado. E também aumentou para 73 os casos de infectados em Pernambuco, além das 5 mortes já registradas.
O Rio Grande do Norte, que tem 77 casos confirmados da doença, teve o primeiro registro de morte na noite de sábado. No Amazonas, o número de infectados no domingo chegou a 140.