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Editorial

Uma perspectiva positiva na produção de energia renovável

A Aneel informa que já outorgou 303 usinas fotovoltaicas e 321 usinas eólicas

29/07/2021 13h00

Com a ampliação dos danos ambientais em todo o mundo, causados pela poluição e outros fatores, entre os quais se destaca um intenso processo de desmatamento, a tendência é uma diminuição da capacidade do uso dos rios como fonte de produção de energia elétrica. E isto interessa sobremaneira ao Brasil, uma vez que mais de 60% de produção de energia elétrica renovável em nosso país ainda vem das usinas instaladas nos rios.

Ano após ano, as intercorrências climáticas têm ameaçado a produção de energia elétrica no Brasil e, de acordo com as estimativas, está ameaçado de mais um dos chamados “apagões” ainda este ano, caso não haja um aumento, drástico e improvável, na quantidade de chuvas em algumas regiões, notadamente no Sul e Sudeste.

O apagão deve acontecer se a média de longo tempo de chuvas ficar abaixo dos 61,5%, segundo os cálculos do CBIE Advisory (Centro Brasileiro de Infraestrutura), com dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). E observe-se que o primeiro semestre fechou com o indicador em 66% e a perspectiva é que caia para 62% dentro em breve.

Em razão de tudo isso é que tem crescido a demanda e o estímulo pelo uso de outras fontes de energias renováveis, até porque a saída pela produção de energia elétrica a partir de combustíveis fósseis, a exemplo de derivados de petróleo, gás natural, carvão e derivados é inviável a longo prazo, tanto por não serem fontes renováveis como por se constituírem em grandes poluidores ambientais.

É preciso, portanto, que as autoridades e o setor privado passem a investir cada vez mais na aceleração do processo de transição energética no Brasil, inclusive aproveitando o fato de que temos um dos maiores potenciais do mundo para a geração de energia fotovoltaica (solar) e eólica.

De acordo com as informações publicadas em estudos, o setor elétrico como um todo já tem ciência de que a transição energética é um processo inexorável no Brasil, o que pode ser visto pelo fato de que capacidade solar e eólica deve dobrar de tamanho no País, levando-se em conta apenas os projetos outorgados e os já instalados. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informa que já são outorgou 303 usinas fotovoltaicas, somando mais de 12 GW e 321 usinas eólicas, representando mais de 10 GW a serem adicionados ao sistema no futuro próximo.

Com o tamanho do território brasileiro e as condições especialmente favoráveis encontradas em algumas regiões, como o Nordeste, para a instalação de usinas produtoras de energia eólica e solar, é inadmissível que não se torne prioritário o processo de implantação de novos projetos ampliando a capacidade produtora de energia elétrica a partir do sol e dos ventos, reduzindo cada vez mais a dependência da fonte hidráulica.

Mesmo que ainda sejam feitas algumas restrições ao uso massivo daquelas duas fontes de energia, a exemplo do custo de produção e da necessidade de grandes espaços, não há dúvida que justamente a partir da massificação e do aumento do conhecimento científico de ambas, será possível superar tais obstáculos.

E deixar para trás o recorrente medo dos apagões, sem recear também o aumento da poluição.