02/09/2020 16h38
Foto: Tecon Salvador - Divulgação
Ao comemorar 16 anos de fundação, no dia 02 de agosto, a Associação dos Usuários dos Portos da Bahia (Usuport) reafirma, de acordo com seu diretor executivo, Paulo Villa as suas principais bandeiras desde que foi criada, a exemplo do aumento de infraestrutura e serviços portuários, concorrência, competição em todos os setores e segmentos de cargas, e, também, a questão regulatória. A Usuport faz questão de agradecer a todos os associados, colaboradores e parceiros por fazeram parte dessa história e de todas as conquistas, “quando vem sendo desenvolvido um trabalho pautado em valores como ética, transparência, cooperação, independência e determinação”.
Em entrevista, o diretor executivo da Usuport faz críticas ao Governo Federal e à Agência Nacional de Transportes Aquaviários - Antaq, afirmando que ambos estão devendo muito à Bahia no que se refere aos segmentos portuário, ferroviário e rodoviário, áreas essenciais ao desenvolvimento, e nos quais ainda há muito o que ser feito no Estado.
Especificamente em relação à Antaq, Paulo Villa diz que a agência reguladora olha pouco o usuário. “Ela se preocupa muito com os regulados. Os avanços com relação aos usuários são pequenos. A Antaq está devendo muito ao Brasil inteiro na parte de regulação para aumentar a competitividade do país”, afirmou.
Avanços pequenos
Com relação ao setor portuário baiano, ele observa que o Porto de Salvador está a 20 anos com apenas um berço para navios porta-contêineres de longo curso e essa demanda de um segundo berço, que deverá ainda acontecer este ano com a ampliação do Tecon Salvador, existe desde 2015. E acrescenta: “São 15 anos de uma longa batalha dos usuários da Bahia para ter mais um berço. Demorou muito. A Bahia já deveria ter quatro berços, já que é um estado com potencial econômico muito grande”.
Quanto ao Porto de Aratu-Candeias, o diretor executivo da Usuport lamentou que o recente edital de concorrência lançado pelo Ministério da Infraestrutura tenha sido com uma proposta muito pequena, ao prever um terminal para três milhões de toneladas de graneis sólidos, alertando: “Nós temos possibilidade de trabalhar com o dobro disso, ou seja, seis ou sete milhões de toneladas. Isto deve ser revisto”.
BR do Mar
Ao falar sobre o programa BR do Mar, projeto de lei enviado há pouco pelo Executivo ao Congresso, Paulo Villa considera que a proposta é carente da agressividade que a cabotagem brasileira precisa neste momento.
- Nós precisamos adotar no programa a ideia de economia de escala com grandes volumes para realmente tirar cargas do transporte rodoviário e colocar na cabotagem de contêiner. Este programa ainda é tímido na medida que o mercado fica relativamente fechado para empresas estrangeiras. É necessário uma abertura maior para novas empresas e estimular também novos atores.
Otimismo
Apesar de todas as dificuldades que o momento atual tem imposto a todos os segmentos, no Brasil e no mundo, ele é otimista quanto ao futuro e afirma que a Usuport reforça seu compromisso com a defesa do interesse público e o desenvolvimento econômico e social da Bahia, “com ações que visam reduzir custos logísticos e promover a competitividade das empresas de comércio exterior”.