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28/02/2021 10h11
Foto: Divulgação
Foi "um ano infernal" para a United Airlines. A Delta Air Lines teve "o ano mais difícil" de sua história. E, para a American Airlines, foi "o ano mais desafiador". Foi assim que os executivos que dirigem essas empresas descreveram 2020 nas últimas semanas.
A indústria aérea está ansiosa para prosseguir, mas ainda não descobriu como.
As viagens aéreas se recuperaram um pouco nos últimos meses, mas os números ainda são muito mais baixos em comparação com 2019, e ninguém sabe quando os negócios voltarão a níveis mais normais. Duas fontes de faturamento essenciais para as companhias aéreas – viagens corporativas e internacionais – provavelmente ficarão de fora por mais um ano ou por muito mais tempo.
Agora e nos próximos meses, pelo menos, as companhias aéreas estão levando quem pode viajar aonde for possível. Isso geralmente significa atender um pequeno grupo de viajantes obstinados, que não se intimidam com a pandemia e decidem viajar a lazer para pistas de esqui ou para a praia.
"A estratégia imediata é ir para onde as pessoas estão. Essa tem sido uma estratégia realmente inteligente, mas, para as companhias aéreas, não é uma maneira de ganhar dinheiro em longo prazo", disse Ben Baldanza, ex-presidente-executivo da Spirit Airlines, companhia aérea de baixo custo.
Mas as viagens de lazer são pouco reconfortantes para um setor tão arrasado. Turistas e pessoas que visitam familiares e amigos geralmente ocupam a maioria dos assentos nos aviões, mas as companhias aéreas dependem desproporcionalmente da receita de viajantes corporativos nos assentos executivos. Antes da pandemia, as viagens de negócios representavam cerca de 30% das viagens, mas entre 40 e 50% do faturamento com passagens, de acordo com a Airlines for America, associação do setor. E não se espera que esses clientes retornem tão cedo.
As quatro maiores companhias aéreas dos EUA – American, Delta, United e Southwest Airlines – perderam mais de US$ 31 bilhões no ano passado, e o setor em geral ainda está perdendo mais de 150 milhões de dólares por dia, de acordo com uma estimativa da Airlines for America.
As perdas são ainda mais gritantes quando se considera que as companhias aéreas receberam 40 bilhões de dólares em subsídios federais para ajudar a pagar aos funcionários, e dezenas de bilhões a mais em empréstimos governamentais de baixo custo. O problema é que as companhias aéreas hoje em dia não conseguem realizar viagens com um número suficiente de passageiros e tarifas altas o bastante para não ter prejuízo.
A indústria passou grande parte do ano passado economizando e reduzindo custos, removendo aviões mais velhos e menos eficientes das frotas; renegociando contratos; e encorajando dezenas de milhares de trabalhadores a aceitar acordos de dispensa e aposentadoria antecipada.
Isso, porém, não foi suficiente para compensar uma queda de quase dois terços nas viagens aéreas, já que os especialistas em saúde pública e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças continuam a desencorajar as viagens. A Airlines for America não espera que o número de passageiros se recupere aos níveis de 2019 até pelo menos 2023. E as companhias aéreas podem ter de esperar ainda mais se a recuperação econômica demorar demais por causa da disseminação de novas variantes do coronavírus ou de atrasos nas vacinações.
Ainda assim, as companhias aéreas dizem que estão esperançosas com o ano que vem pela frente.
Fonte: Exame