15/07/2022 13h53
Foto: Divulgação
Pelo menos 25 milhões de crianças no mundo não foram vacinadas em 2021 contra doenças como difteria, tétano e coqueluche, o pior retrocesso em 30 anos, provocado em parte pela pandemia de coronavírus. Crise de coronavírus e conflitos estão entre as causas.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (15) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), após levantamentos em 177 países.
Em comunicado, as duas entidades expressaram preocupação e alertaram que esse retrocesso na vacinação ocorre simultaneamente ao aumento das taxas de desnutrição.
“A convergência de uma crise de fome com uma crescente lacuna de imunização ameaça criar as condições para uma crise de sobrevivência infantil”, alertam, salientando que “uma criança desnutrida já tem imunidade enfraquecida” e que as vacinas que não são administradas “podem levar doenças comuns da infância a rapidamente se tornarem letais”.
De acordo com a OMS e o Unicef, a percentagem de crianças que receberam três doses da vacina tríplice contra difteria, tétano e coqueluche – “um marcador para a cobertura vacinal nos países” – caiu 5 pontos percentuais, para 81%, de 2019 a 2021.
Isso corresponde a 2 milhões a mais do que as que deixaram de receber as imunizações em 2020 e 6 milhões a mais do que em 2019, destacando o número crescente de crianças em risco de serem afetadas por doenças graves, mas evitáveis.
As duas organizações ressaltam que essa queda pode ser atribuída a diversos fatores. Eles incluem um número crescente de crianças vivendo em ambientes de conflito e de infraestrutura fragilizada, onde o acesso à imunização é muitas vezes difícil, o aumento da desinformação e problemas relacionados à covid-19, como interrupções de serviços e cadeia de suprimentos e desvio de recursos para esforços de resposta ao vírus e medidas de contenção que limitaram o acesso ao serviço de imunização.
Fonte: Deutsche Welle