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Transporte Terrestre

Venda de carros novos cai 31,64% em janeiro, revela Fenabrave

Falta de insumos, juros e sazonalidade são os principais motivos para a nova retração

03/02/2022 07h27

Foto: Divulgação

A venda de veículos novos registrou o pior desempenho em um mês de janeiro nos últimos 17 anos. Na comparação com o mês de dezembro de 2021, a queda foi de 31,64%, enquanto que em janeiro, o declínio foi de 15,79%. Os dados foram divulgados, nesta quarta-feira (02), pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

O presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr., explica que a queda do volume de vendas do veículos no Brasil foi motivada por uma série de fatores conjunturais, como os baixos estoques da concessionárias, escassez de insumos e componentes eletrônicos e falta de produtos. Além disso, a alta nas taxas de juros dificultou a aprovação do crédito para financiamentos dos veículos.

Andreta Jr. ainda ressalta que a economia brasileira ainda é um ambiente desafiador, com a queda na renda do consumidor e inflação alta. O único fator positivo foi a melhora nos níveis de emprego no Brasil.

O presidente da Fenabrave ainda lembra que o período da sazonalidade também prejudica a venda de veículos. “Avaliando a sazonalidade, lembro que, em janeiro, a renda familiar fica mais comprometida, em função dos impostos e gastos com matrículas e materiais escolares, por exemplo, o que acaba afetando a decisão de compra do consumidor”, destaca.

As fortes chuvas e o aumento do contágio das pessoas, pela variante Ômicron, têm provocado queda no atendimento presencial nas concessionárias, avalia Andreta Jr.

Divulgadas no início do ano, as projeções para os emplacamentos de veículos zero km, em 2022, se mantiveram inalteradas.

Automóveis e comerciais leves

Para o presidente da Fenabrave, a queda nas vendas de automóveis e leves pode ser explicada pelo cenário econômico e conjuntural, assim como pela continuidade da crise global de abastecimento de componentes para a regularização da produção de veículos. “Incertezas sobre a economia, as altas nas taxas de juros, com maior seletividade para a oferta de crédito afetam as condições de financiamento, e a falta de produtos, soma à pior dos índices da pandemia e às intensas chuvas, em algumas regiões, provocaram queda na passagem de loja”, analisa Andreta Jr., que afirma que a taxa de aprovação dos financiamentos gira em torno de 68% das propostas.

Motocicletas

O cenário de demanda segue positivo, para o segmento de duas rodas, mas, os baixos níveis de estoque nas concessionárias e o impacto do aumento dos juros, que tem provocado maior restrição para concessão de crédito, nos financiamentos, são desafios a serem superados. “Hoje, a aprovação de financiamento gira em torno de 37% das propostas enviadas aos bancos. As vendas estão estabilizadas em um bom nível, mas a dificuldade de crédito e da normalização da produção são questões para as quais estamos atento”, conclui o presidente da Fenabrave.

Caminhões e ônibus

O segmento continua aquecido, com a programação de entrega seguindo o ritmo de produção da indústria. “Ainda existe espera por alguns modelos, mas, aos poucos, a demanda vai sendo atendida. Em dezembro de 2021, houve um grande volume de emplacamentos o que, se comparado a janeiro de 2022, resultará na retração que tivemos, de quase 29%. O resultado do primeiro mês de 2022 é o melhor, entre os meses de janeiro, desde 2014”, diz Andreta Jur.

O segmento mais afetado pela pandemia tem perspectivas de melhora neste ano. “Os emplacamentos de ônibus registraram aquecimento nos últimos meses de 2021, em que pese a base comparativa baixa. Os programas governamentais de transporte público, como o Caminho da Escola, podem ajudar na recuperação deste segmento este ano”, afirma.