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Artigo

Verdades do petróleo e do gás natural

Adary Oliveira

23/06/2022 06h00

Foto: Divulgação

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) ao longo de seus 64 anos de existência tem contribuído para o progresso do setor, com foco no desenvolvimento de uma indústria de petróleo e gás natural competitiva e sustentável, sempre buscando conexões para posicionar o Brasil como referência mundial em inovação tecnológica, transformação digital e diversidade e inclusão. Em recente publicação intitulada  “Agenda da Indústria” traz algumas assertivas, que pela sua importância, aqui reproduzo um resumo:

  • Se, por um lado, são cada vez mais notórios os requerimentos em prol de uma economia de baixo carbono, a crise atual reforça a dependência dos combustíveis fósseis para a segurança energética.
  • Ainda que seja considerada a difusão das tecnologias renováveis na geração de energia, projeções indicam que o petróleo e o gás natural responderão por 58,4% do atendimento à demanda energética em 2040.
  • O cenário NZE2050 da International Energy Agency (IEA) projeta que 50% da redução de emissões necessária para atingir as metas climáticas de emissões líquidas nulas em 2050 será proveniente de tecnologias ainda em desenvolvimento.
  • Enquanto o NZE2050 prevê que as renováveis deverão compor 30% da matriz mundial em 2030, o Brasil tem, hoje, 48% de sua matriz energética abastecida por fontes renováveis, ante uma média global que figura na casa dos 14%. Na matriz elétrica brasileira, a inserção de renováveis é ainda maior: 85% em 2020, ante 23% da média mundial.
  • Do ponto de vista da arrecadação, a indústria de O&G gerou, ao longo dos últimos 11 anos, R$ 2,1 trilhões por meio de tributos, ICMS, royalties, participações especiais e bônus de assinaturas.
  • Estimativas do IBP apontam que o setor será responsável por mais de US$ 175 bilhões de investimentos e, em média, por mais de 570 mil postos de trabalho diretos e indiretos por ano, entre 2023 e 2030.
  • A abertura do mercado representa uma oportunidade para a criação de um mercado plural e competitivo. Vale destacar ainda que a dinâmica de preços livres alinhados ao mercado internacional deve ser preservada, equilibrando a oferta e a demanda e conferindo maior previsibilidade e transparência ao mercado. por essa via, garante-se o abastecimento do mercado de forma mais eficiente e com menores custos para a população.
  • O desenho da transição para economia de baixo carbono deve ser abrangente e inclusivo, mantendo os preceitos de segurança energética de forma a incorporar novas alternativas que reduzam a intensidade de carbono na economia.
  • A transição para uma economia de baixo carbono ao menor custo para a sociedade depende do melhor aproveitamento das redes e da infraestrutura existentes como os ativos de refino e as reservas de petróleo. Vale destacar ainda que os investimentos em biocombustíveis (2% do total em 2021) fazem parte da estratégia de diversificação das empresas de óleo e gás, liderada pelas fontes solar (26%) e eólica (66%).
  • Dados do sistema de estimativas de emissões e remoções de gases de efeito estufa (SEEG) referentes ao ano de 2020 indicam que, no caso brasileiro, o setor com maior participação nas emissões de CO2 é o setor de agricultura, florestas e uso do solo (AFOLU), com 73%. Já o setor de energia do país é responsável por 18%.

Algumas das verdades aqui descritas contradizem afirmações difundidas pelo mundo sobre o Brasil e sobre o uso do petróleo e gás natural como fonte de energia e matéria-prima, valendo a pena sempre as reproduzir. O fato é que no Nordeste está sendo desenhada nova era de produção de energia com base no petróleo e gás natural. A transferência da exploração e produção de P&G, refino, transporte e distribuição, da Petrobras para a iniciativa privada, têm agitado os empresários, vislumbrando-se auspiciosas oportunidades de investimento, geração de riqueza e renda. Torçamos para que tudo isso se dê de forma mais bem distribuída, contribuindo para a redução da pobreza e amplo desenvolvimento econômico e social.

Adary Oliveira é engenheiro químico e professor (Dr.) – [email protected]

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