13/07/2021 14h26
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A Volkswagen do Brasil vai liderar um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para estudar soluções tecnológicas baseadas em biocombustíveis. Pablo Di Si, presidente e CEO da empresa na América Latina, animou-se ao comunicar a decisão do grupo alemão, que abre a perspectiva de associar o etanol a motores elétricos e abastecer outros países. África do Sul e Índia - país que decidiu investir no álcool como combustível - são possíveis destinos.
“Poder liderar, desenvolver e exportar soluções tecnológicas a partir do uso da energia limpa dos biocombustíveis se caracteriza como uma estratégia complementar às motorizações elétrica, híbrida e à combustão a mercados emergentes é um reconhecimento enorme para a operação na América Latina”, afirmou Di Si.
O Grupo VW anunciou sua intenção de eliminar aos poucos a produção de veículos a combustão na Europa, entre 2033 e 2035, e nos EUA e China nos anos seguintes. Falta de infraestrutura para recarga das baterias e o poder aquisitivo no país são razões apontadas pela montadora para a demora da eletrificação total por aqui. Di Si, porém, defendeu diante da alta administração da VW o etanol como estratégia complementar para ajudar a indústria em mercados emergentes a neutralizar as emissões de carbono.
Após aderir ao Acordo de Paris, em 2016, a Volkswagen planejou tornar-se neutra em termos climáticos até 2050. A proposta de investir no etanol, porém, causou preocupação por conta do risco à produção de alimentos e ocupação da Amazônia. Di Si expôs dados mostrando que a cana-de-açúcar ocupa 1,2% do território brasileiro, e as áreas de cultivo (quase 92% no Centro-Sul) estão localizadas a quase dois mil quilômetros da Amazônia.
“Vamos atuar em parceria com governo, universidades e agroindústria para podermos trabalhar com o que há de melhor para o futuro da mobilidade”, afirma Di Si.
Ainda na semana passada, a empresa passou a oferecer uma calculadora digital no aplicativo “Meu Volkswagen” que revela qual combustível é mais vantajoso e sustentável: etanol ou gasolina. Além do custo de abastecer com um ou outro, a ferramenta mostra qual será a emissão de CO₂ (dióxido de carbono) de cada combustível. Para isso, o recurso usa o critério do “poço à roda”, que leva em conta da produção do veículo e do combustível e mesmo seu transporte.
Segundo Roger Guilherme, gerente de Powertrain, Simulações e CO₂ da Volkswagen, 75% de todo dióxido de carbono – um dos principais gases do efeito estufa – vem do uso do automóvel. Enquanto a queima de gasolina, diesel e GNV libera na atmosfera o dióxido de carbono antes contido nos combustíveis fósseis, “a vantagem do etanol é que todo CO₂ emitido volta para a planta, e o ciclo se repete”, afirma o engenheiro.
O app “Meu Volkswagen” está disponível para smatphones iOS e Android de proprietários de veículos da marca.
Fonte: Auto Esporte