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Transporte Aéreo

Voos no Santos Dumont serão ampliados em 2026

Com o ajuste, o terminal do Centro do Rio de Janeiro poderá encerrar 2026 com um teto de 8 milhões de viajantes

23/12/2025 08h55

Foto: Luciano Vergueiro - Infraero

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou na segunda-feira (22) que vai aumentar o volume de passageiros do Aeroporto Santos Dumont em 2026. Com o ajuste, o terminal do Centro do Rio poderá encerrar 2026 com um teto de 8 milhões de viajantes.

“Nós passamos 2 anos com um teto de 6,5 milhões. A gente vai liberar mais 1 milhão, 1,5 milhão de passageiros, e isso não vai afetar as operações do Galeão”, afirmou Costa Filho.

No domingo (21), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), criticou “rumores” de que o número de passageiros do aeroporto iria aumentar. Ele disse que "forças ocultas estão se movimentando na Anac para alterar a política bem-sucedida”, declarou.

Balanço de passageiros após a mudança

O número anual de passageiros do Santos Dumont foi reduzido em 2023. O objetivo era reequilibrar as capacidades entre os aeroportos.

Dados da Infraero e da concessionária RioGaleão mostram que, após a restrição no Santos Dumont, caiu o pela metade o número de passageiros do aeroporto nacional: de 10,9 milhões para 5,7 milhões. No internacional, no entanto, mais que dobrou: de 6,8 milhões para 16,1 milhões.

O resultado foi que o número total de passageiros nos aeroportos do Rio subiu 23%: de 17,7 milhões, em 2023, para 21,8 milhões, em 2025.

Por meio de nota ainda no domingo, a Anac repudiou as acusações de Paes e afirmou que atua com transparência, seguindo diretrizes do Ministério de Portos e Aeroportos, do TCU e do Governo Federal.

O ministro de Portos e Aeroportos afirmou que a decisão aconteceu a partir de uma série de discussões com todos os órgãos e concessionárias envolvidos.

“Esse acordo que foi feito não foi um movimento da Anac ou do ministério. Foi feito o Tribunal de Contas da União, sob a liderança do relator Benjamin Zymler, onde teve a oportunidade de construir um entendimento entre a concessionária do Galeão, a Anac, os técnicos do Tribunal de Contas, o Ministério de Portos e Aeroportos e, desde o primeiro momento, a prefeitura e o Governo do Estado acompanharam o entendimento”, disse Silvio da Costa Filho.

De acordo com o ministro, o aumento no número de passageiros no Aeroporto Santos Dumont não deve impactar negativamente os dados crescentes de embarques e desembarques no Aeroporto do Galeão.

“Com o crescimento da economia brasileira e com o crescimento do turismo internacional do Rio de Janeiro — com novas companhias aéreas voando para o Rio —, nós teremos claramente a manutenção do crescimento do Galeão e precisamos crescer também no Santos Dumont, porque é muito importante para a economia da cidade. Então esse é um acordo que será muito importante para a aviação do Rio de Janeiro”, afirmou Costa Filho.

O ministro destacou que os dois aeroportos têm vocações diferentes.

“É como ter 2 filhos dentro de casa. Você não pode dar todo o tratamento, toda a atenção a um filho só, e o outro você não dá a mínima de atenção. Nós temos 2 ativos importantes no Rio de Janeiro. O Galeão é importante pela história, pelo potencial que tem no turismo internacional, que é crescente no Rio, mas também nós precisamos ter um olhar para o Santos Dumont”, ressaltou.

A Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) se manifestou na manhã desta segunda pela manutenção do limite anual de 6,5 milhões de passageiros e acredita que uma flexibilização é contrária ao interesse público.

“De fato, isso vai trazer um desequilíbrio na organização do sistema, porque o Santos Dumont e o Galeão eles operam em completa simbiose, eles operam numa racionalização de operação. Quando sobra para um lado, falta para o outro e é isso que vai acontecer. Nós estamos penalizando o melhor aeroporto do Brasil, que é o Galeão, que tem as maiores pistas, a maior capacidade de transporte, que tem apresentado resultado extraordinariamente bom”, afirmou Delmo Pinho, engenheiro da Fecomércio.

O temor da federação é que a economia do Rio seja prejudicada com a mudança.

“O turismo vai ser prejudicado, os serviços vão ser prejudicados, o comércio do Rio de Janeiro vai ser prejudicado, isso não é nada bom”, disse Delmo.

Fonte: g1