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Artigo

A mulher na indústria

Cristina Maretti Dias

20/03/2022 06h06

Foto: Divulgação

Historicamente associada à função de dona de casa, estigmatizada como sexo frágil, a mulher vem reinventando seu papel na sociedade, desempenhando com destaque funções nos mais diversos setores econômicos. Ambiente tradicionalmente masculino, a indústria não está fora desta regra, observando um aumento da participação feminina nas duas últimas décadas.

Pesquisas recentes de importantes órgãos destacam a presença feminina no mercado de trabalho. A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do portal Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), evidencia que 32% da atual força laboral brasileira é representada por mulheres. Os estudos mostram ainda que as profissionais costumam ter um nível de instrução maior que o dos homens, com mais acesso ao ensino superior.

Esse aspecto fica evidente na indústria, que se abre para incorporar cada vez mais mulheres. Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho reforçam que essa participação no setor cresceu 14,3% em 20 anos. Neste período, os segmentos que mais aumentaram a contratação dessas profissionais foram: mineração (65,8%), material de transporte (60,8%), alimentos e bebidas (49,3%), madeira e mobiliário (39,3%), indústria mecânica (37,3%) e papel e gráfico (24,7%).

Este aumento não se deve apenas ao fato de que mais mulheres estão se candidatando às vagas na indústria – e estão qualificadas para tanto –, mas reflete outras questões como, por exemplo, a quebra de paradigmas e preconceitos pelo desempenho de destaque da força de trabalho feminina. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que empresas com maior pluralidade de gênero tendem a gerar cerca de 20% a mais de lucro, e que lideranças femininas têm resultados até 20% melhores que as masculinas.

Quem atua hoje na indústria não se surpreende com times mistos onde há presença de mulheres em equipes de operação e manutenção, além de diversos cargos de média e alta liderança. Empresa ambiental instalada no Polo Industrial de Camaçari há mais de 40 anos, a Cetrel reflete este cenário, com 30% de seu quadro de integrantes ocupado por mulheres, e com perspectiva de aumento deste número mediante práticas inclusivas e de diversidade que vem adotando.

Esse cenário é um estímulo para fomentar que mais mulheres busquem a área industrial, e que novas profissionais vislumbrem neste segmento um campo para realizações de sonhos e reconhecimento de suas potencialidades e habilidades. Então, um brinde a todas as mulheres que vêm construindo esse cenário de participação feminina na indústria e um incentivo a todas aquelas que se preparam para seguir a trilha deste caminho.

Cristina Maretti Dias é líder da DAC Cetrel

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