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Economia

Abiquim: Importações somam US$ 41,9 bi no acumulado até agosto

O volume representa uma redução de 24% em relação ao mesmo período de 2022

20/09/2023 13h27

Foto: Divulgação 

As importações de produtos químicos somaram US$ 41,9 bilhões no acumulado de janeiro a agosto. O volume representa uma redução de 24% em relação ao mesmo período de 2022, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim).

Segundo a entidade, o recuo ocorreu em função de um arrefecimento de 39,1% nos preços médios das compras vindas do exterior na comparação entre agosto de 2022, quando a tonelada de produtos químicos importados custava US$ 1.569, e o mesmo mês em 2023, sob o valor de US$ 955 a tonelada.

“Motivo de desestabilização do mercado interno e surto de aquisições predatórias e desleais alicerçadas em competitividade artificialmente sustentada em razão da guerra no Leste Europeu”, aponta a entidade em nota.

A Abiquim aponta que quase todos os grupos de produtos químicos tiveram fortes altas em quantidades físicas importadas no período de janeiro até agosto, por conta da queda de preços. As exceções foram os produtos químicos para o agronegócio, como defensivos agrícolas, fertilizantes e seus intermediários.

Quanto às exportações, o acumulado de janeiro a agosto aponta que a indústria química doméstica vendeu US$ 9,9 bilhões, uma redução de 17,8% na comparação com o valor registrado no mesmo período do ano anterior. Segundo a Abiquim, o resultado vem se agravando no contexto das dificuldades econômicas cambiais da Argentina, o principal mercado individual de destino dos produtos químicos brasileiros.

O déficit na balança comercial de produtos químicos, por sua vez, somou US$ 32 bilhões no acumulado até agosto, valor superior à grande parte dos déficits anuais das últimas duas décadas, destaca a Abiquim. Em relação aos últimos 12 meses, o déficit foi de US$ 51,7 bilhões.

A diretora de economia e estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, afirmou que o atual cenário exige pragmatismo, com foco na preservação e fortalecimento de cadeias de valor nacionais, a exemplo do que outros países estão fazendo.

“O equacionamento da crítica situação conjuntural passa pela incorporação no Brasil das melhores práticas e experiências internacionais para elaboração de uma agenda de comércio exterior emergencial, pragmática e objetiva e que responda aos desafios conjunturais imediatos, sobretudo no combate contra importações predatórias”, afirmou a diretora, que destacou o risco de desativações no setor químico.

Fonte: Estadão Conteúdo