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Transporte Terrestre

Abrati: transporte regular de passageiros dá voz para as mulheres

Equidade de gênero tem um papel essencial para a construção de um mercado mais igualitário, destaca a associação

08/03/2023 15h50

Letícia Pineschi, conselheira e porta-voz da Abrati - Foto: Divulgação 

Mais do que uma celebração das conquistas sociais, econômicas e políticas das mulheres, o Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade para trazer à tona uma discussão fundamental e que precisa ser cada vez mais destacada: a de que empresas realmente comprometidas com a equidade de gênero em todos os níveis hierárquicos são mais rentáveis.

No dia a dia do setor regular de transporte rodoviários de passageiros, que historicamente foi construído, assim como outras esferas d sociedade, num ambiente predominantemente masculino, é possível notar hoje as vantagens de uma estratégia de diversidade consistente e que busca dar oportunidades para as mulheres em diferentes setores.

Segundo Letícia Pineschi, conselheira e porta-voz da Abrati, - Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros -, ao longo dos anos, o tema ganhou força no segmento e as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaços. "Hoje, com orgulho, já podemos observar motoristas, mecânicas, auxiliares, gerentes e diretoras atuantes e relevantes para elevar o potencial do setor, pois um ambiente diverso e inclusivo contribui para ideias mais democráticas e criativas", destaca.

De acordo com a Abrati, atualmente o setor regular de transporte de passageiros conta com cerca de 2,2 milhões de profissionais, sendo 17% do sexo feminino. A maior parte das mulheres possui entre 30 e 39 anos e ensino médio completo.

O número vai ao encontro do último relatório da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgado pelo Ministério do Trabalho, que afirma que a ocupação de cargos de gerência e de diretoria no setor formal por mulheres entre 30 e 49 anos aumentou de 32,3% e 31,9%, respectivamente, para 39,2% e 42,4%.

A associação também se alinha aos dados da pesquisa mais recente realizada pelo International Business Report da Grant Thornton, que apontou que 34% dos cargos de diretoria executiva são ocupados por pessoas do sexo feminino no Brasil, 5% acima da média global. "Cresceu inclusive em entidades como a nossa, onde mulheres raramente tinham espaço à mesa. Hoje, importantes órgãos ligados ao transporte são dirigidos por mulheres", afirma.

No entanto, é importante lembrar que, embora no início da criação da entidade a presença masculina tinha maior representatividade no setor, há mais duas décadas quando palavras como empoderamento, inclusão e diversidade não traziam o significado social hoje conferidos, a Abrati elegeu uma vice-presidente para o seu conselho. Sandra Oger Garcia, que na época era também a presidente da empresa que sua família fundou, a Expresso Itamarati. "Sandra foi pioneira na presença feminina no setor, em especial em entidades, e certamente abriu caminhos", conta Letícia Pineschi.

Para mostrar a mensagem que a associação desejava passar naquele momento, a capa de sua revista do mês de junho do ano de 1999 trazia o presidente Oscar Conte e a vice Sandra Oger Garcia num enquadramento que demonstrava exatamente o recado que desejava passar, com o simbolismo daquele período.

Para o futuro, a Abrati espera um crescimento ainda mais relevante da participação das mulheres no dia a dia das organizações. "Empresas com mulheres na gestão trazem benefícios para o clima e performance. E aqueles que apoiam a cultura da inclusão e a diversidade só têm a ganhar com equipes diversas, criativas e inovadoras", finaliza Letícia.