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As autoridades de Xangai anunciaram que estão prontas para iniciar o processo de reabertura em 1º de junho. Enquanto isso, com a fabricação ainda restrita, as tarifas na rota Transpacífico continuaram caindo. Assim, as taxas da Ásia-Costa Oeste dos EUA (USWC) caíram 18% esta semana para US$ 11.455/FEU e são 28% mais baixas do que no início do bloqueio no final de março.

Enquanto isso, informações da Bloomberg indicam que as operações no porto de Xangai se recuperaram quase totalmente dos efeitos do fechamento da cidade devido a covid-19, embora o acúmulo de pedidos devido a interrupções no porto e nas fábricas próximas continue causando congestionamento no transporte.

Estima-se que a movimentação diária de contêineres - uma medida da atividade de manuseio de carga - tenha se recuperado para 95,3% do nível normal, de acordo com um funcionário do Ministério dos Transportes da China, Li Huaqiang. Enquanto isso, a movimentação de carga nos principais portos chineses entre 1º e 24 de maio aumentou 4,2% em relação ao mesmo período de abril, mas caiu quase 1% em relação a 2021, disse.

No entanto, as taxas de movimentação de carga rodoviária para Xangai foram 8% mais baixas nas três primeiras semanas de maio em comparação com 2021, após uma queda de 84% em abril, de acordo com a G7 Connect, uma empresa de gerenciamento de fretes com sede em Pequim. Isso ocorre porque a falta de motoristas e veículos continua dificultando a entrega de mercadorias de e para o porto.

Cobrança acumulada

Um motivo maior de preocupação, de acordo com Drewry, é o acúmulo de 260.000 TEUs que não foram enviados de Xangai em abril devido ao bloqueio, portanto, a recuperação terá um efeito “chicote” nas cadeias de suprimentos.

“Os fechamentos da China estão afetando um sistema global de distribuição de contêineres que já está altamente estressado e enfrentando capacidade reduzida devido ao congestionamento generalizado”, observou a consultoria em um relatório recente.

Ele acrescenta que mesmo que os bloqueios terminassem hoje, a previsibilidade e a capacidade do sistema de distribuição de contêineres seriam comprometidas durante o pico da temporada de verão no Norte. Claro que todo o panorama está sendo observado de perto na Costa Oeste dos EUA (USWC).

Do outro lado do oceano  

De acordo com o Freightos Baltic Index, a indústria, em sua maior parte, espera que a demanda reprimida leve ao aumento das exportações marítimas para portos de destino, como Los Angeles-Long Beach (LA-LB) quando a fabricação aumentar em Xangai. Com cerca de 30 navios aguardando vaga, os níveis de congestionamento no LA-LB, embora bem abaixo dos observados no início do ano, já são significativos.

No entanto, as autoridades portuárias dos EUA esperam que as lições aprendidas e os ajustes feitos nos últimos dois anos tornem esta próxima onda menos perturbadora.

A Freightos indica que se adiantou que os portos de LA-LB, por exemplo, estão considerando a implementação de uma penalidade anunciada há muito tempo em contêineres de importação que não são imediatamente removidos dos pátios de contêineres.

Com muitos varejistas importando itens de alta temporada antecipadamente para antecipar possíveis atrasos, como no ano passado, o espaço do armazém também é apertado em muitos lugares.

Ao mesmo tempo, a mudança dos consumidores de itens domésticos caros, como móveis e eletrodomésticos, está criando excesso de estoque para alguns tipos de bens. Essa tendência é outro fator que obstrui os centros de armazenamento e ameaça aumentar o custo dos contêineres de entrada nos portos se os volumes de importação aumentarem.

Negociações com o ILWU

Por outro lado, as negociações trabalhistas entre o International Longshore and Warehouse Union (ILWU) e a Pacific Maritime Association (PMA), que começaram em 10 de maio e vão determinar os contratos de 22.000 estivadores e trabalhadores de centros de armazenamento portuário, estão ocorrendo em um definindo onde os problemas da cadeia de suprimentos caíram LA-LB para as duas últimas posições no índice de desempenho portuário de contêineres de 370 membros do Banco Mundial e da S&P Global Market Intelligence, que foi divulgado na quarta-feira (25).

Embora a situação tenha melhorado, uma nova estagnação econômica ameaça essa recuperação incipiente. À medida que a China afrouxa seus bloqueios e mais mercadorias saem para os EUA antes da temporada de férias, o efeito cascata do aumento das chamadas (uma consequência da flexibilização dos bloqueios em Xangai e da alta temporada) ainda está longe de atingir o pico nos portos do USWC.

Fonte: Mundo Marítimo