24/01/2022 09h15
Foto: Fernando Frazão - Agência Brasil
Um levantamento feito pela consultoria Tendência aponta que o Brasil ficou mais pobre nos últimos dez anos. O estudo mostra que, entre 2012 e 2022, o número de domicílios brasileiros que integra as classes D e E (renda mensal de até R$ 2,8 mil) aumentou de 48,7% para 51%.
Essa porcentagem representa 37,7 milhões de casas no país em números absolutos. "A crise do biênio 2015 e 2016 provocou efeitos negativos na mobilidade social. Houve a ampliação das classes D e E e o enxugamento da classe média", diz Lucas Assis, economista da Tendências.
"O quadro já não era tão favorável, e a pandemia ampliou ainda mais as desigualdades", complementou o especialista.
Além disso, houve uma tendência de empobrecimento da classe trabalhadora do país, pois mais de 30 milhões de pessoas (34,4% do total de ocupados) tem renda mensal de até um salário mínimo. Este é o maior número desde 2012.
"As pessoas estão encontrando um mercado de trabalho diferente do que existia antes da pandemia. É um mercado em que muitas empresas faliram, quebraram. Grande parte das opções de emprego não existe mais", explica Bruno Ottoni, pesquisador do IDados e autor do levantamento.
"Muita gente entra no mercado como conta própria ou informalmente, e essas pessoas tendem a ter um rendimento mais baixo do que aquelas que trabalham com carteira", acrescenta Ottoni.