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Transporte Terrestre

Brasileiro está cada vez mais sem dinheiro e compra carros velhos

Segundo a Fenauto, houve uma evolução de 21% nos classificados como usados maduros e de 15,1% no de velhinhos

20/01/2023 10h26

Foto: Divulgação 

Segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), o mês de dezembro teve uma ótima reação, com um aumento de 19,2% em relação a novembro (1.316.246 contra 1.103.819). Também sobre o mês de dezembro de 2021, o resultado ficou 9,5% maior.

E a evolução de vendas por tempo de uso também merece destaque. Entrando no subsegmento dos modelos mais velhos, os chamados Usados Maduros (9 a 12 anos de fabricação) e os Velhinhos (13 anos e +) tiveram uma representatividade positiva, nessa mesma ordem de 21% e 15,1%.

Isso representa que enquanto os veículos fabricados entre 2011 e 2014 tiveram 327.252 unidades vendidas em dezembro e 270.554 em novembro de 2022, os modelos mais velhos, fabricados até 2010, simbolizam 435.367 unidades em dezembro e 378.094 em novembro de 2022.

Diante de toda esta realidade, é fato que o brasileiro abriu mão de sentir o cheirinho do carro novo ou seminovo ainda na garantia para dar a vez aos modelos mais usados mencionados nos dois subsegmentos citados, como uma forma de driblar o aumento dos carros zero-quilômetro que só em 2022 superaram mais de 30%, em razão de fatores principais como a crise dos semicondutores e a Guerra na Ucrânia, conforme a Anfavea sempre explica.

As famílias com menor poder aquisitivo buscam ir mais longe e optam pelos Velhinhos com mais de 15 a 20 anos em média, dependendo do estado, fugindo do odiado Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA), um tributo anual pago pelos proprietários ou possuidores de veículos cujo valor é calculado com base no preço de tabela do veículo e sua quitação é um requisito para o licenciamento.

No segmento de usados maduros, comparado o último mês dos anos de 2022 e 2021 também houve crescimento, de acordo com a entidade, na qual computou 327.252 carros do ano passado contra 296.713 do ano retrasado exemplares, o que representa um saldo positivo de 10,3 %. No caso dos velhinhos, a alta foi de 14,6% (435.367 e 379.766 veículos).

Em contrapartida, se formos levar em questão no acumulado dos anos de 2022 e 2021, houve uma leve retração de -13,1% (3.213.535 contra 3.699.261 unidades) na ala dos Usados Maduros e de -3,6% (4.433.048 contra 4.599.797 veículos) na fatia dos Velhinhos, mas ainda assim um cenário favorável para quem quer comprar ou vender estes modelos mais usados.

No âmbito geral das vendas de carros usados, apesar do total de vendas em 2022 ter ficado 12% menor do que o registrado em 2021 (13.197.958 contra 15.106.724), o presidente da entidade Enilson Sales, presidente da Fenauto disse estar satisfeito com o desempenho do setor e acredita que a economia volte a se equilibrar.

“Nossa previsão era a de que o ano terminasse com um total entre 13 e 13,5 milhões de unidades comercializadas, o que se confirmou. Apesar do total ser um pouco menor do que o realizado em 2021, consideramos o resultado bom por conta das incertezas e instabilidades que a economia sofreu com a Guerra na Ucrânia, o aumento dos juros, uma maior restrição ao crédito e ao cenário político nas eleições presidenciais. Agora, com as primeiras ações do novo governo, em 2023, esperamos que a economia volte a se equilibrar e, com isso, o mercado de veículos seminovos e usados continue a apresentar resultados positivos”, comentou.

Fonte: iG Carros