Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Gestão Pública

Covid-19 matou quatro vezes mais no Brasil do que média mundial

Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz mostra que País teve 11% das mortes registradas no planeta

11/02/2022 13h21

Foto: Divulgação

A mortalidade pela covid-19 no Brasil equivaleu a quatro vezes a média mundial por milhão de habitantes: 2.932 mortes contra 720. O País teve 6,7% dos registros da doença no planeta, mas concentrou 11% das mortes. Os números aparecem no Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado esta semana. O documento traça um balanço dos dois anos da pandemia.

Na análise dos pesquisadores, a alta mortalidade registrada no País resultou “em uma calamidade que afetou diretamente a saúde e as condições de vida de milhões de brasileiros”. A desigualdade social, o acesso desigual a médicos e hospitais, a falta de coordenação das ações de enfrentamento da doença por parte do governo federal e a demora na aquisição de vacinas são apontadas pelo relatório como as principais causas da alta mortalidade.

A análise se baseia em estudos feitos pela Fiocruz ao longo de dois anos e sintetiza a dimensão do impacto da doença. Foram 388 milhões de casos em todo o mundo, 26 milhões deles no Brasil (6,7% do total). O número de mortes chegou a 5,7 milhões em todo o planeta, mais de 630 mil delas no País (11% do total).

Além de impactar a saúde da população e sobrecarregar os serviços de saúde, a pandemia resultou em uma combinação de efeitos sociais e econômicos que agravaram as desigualdades estruturais da sociedade. De acordo com o boletim, a doença afetou mais gravemente a camada mais vulnerável da população e as regiões mais pobres.

O problema se repete na vacinação. Enquanto as regiões Sul e Sudeste atingem alto porcentual de imunização, em algumas áreas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste ainda persistem bolsões de baixa imunização.

O documento ressalta que a atual situação ainda é preocupante em razão da alta taxa de disseminação da variante Ômicron, ainda que os casos de internação e mortalidade estejam mais baixos por conta da vacinação.

“O monitoramento da nova variante, associado ao estudo genético de suas mutações, sugere rápido crescimento do número de casos por conta de sua capacidade de disseminação, até 70 vezes maior do que a da Delta, segundo alguns estudos”, aponta a Fiocruz. Segundo a fundação, é preciso acelerar a vacinação e manter as medidas não farmacológicas, como distanciamento físico e uso de máscaras.

Ainda de acordo com o boletim, no caso do Brasil ainda é precipitado suspender medidas de controle e adotar uma transição do estado de pandemia para endemia. Para os pesquisadores, isso só pode ser pensado “após drástica redução da transmissão pelas novas variantes e por meio de campanha mundial de vacinação”.

Fonte: R7