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Gestão Pública

Covid-19: Não vacinados respondem por 80% das internações na BA

Nas regiões sul e extremo sul a vacinação é mais lenta

27/01/2022 17h07

Foto: Fernando Frazão - Agência Brasil

Aproximadamente 80% das pessoas internadas com a covid-19 na Bahia não se vacinaram ou não tomaram a segunda dose do imunizante contra o coronavírus. A informação foi divulgada pela Secretaria de Saúde do Estado.

De acordo com o boletim do órgão, as regiões sul e extremo sul são aquelas onde a imunização é mais lenta. O cenário se repete em outras áreas do estado, como Salvador.

De acordo com o vacinômetro da Sesab, 94,5% da população baiana tomou a primeira dose de alguma das vacinas disponíveis desde o início da campanha de imunização. 89,6% tomaram a segunda, com mais de 2 milhões de baianos com doses atrasadas, e 69,9% tomaram a dose de reforço.

Avalanche de contaminação

“Uma avalanche de contaminação”, assim define o governador Rui Costa sobre o cenário atual da pandemia da covid-19 na Bahia. Com o aumento crescente de número de casos ativos, a estimativa é que o estado quebre um recorde nesta semana: 30 mil casos ativos.

No boletim divulgado pela Sesab, nesta segunda-feira (26), o estado chegou a 23.985. Anteriormente, o estado só havia atingido patamar maior em 02 de julho de 2020, quando foram alcançados 24.068 casos ativos.

“Olhando o gráfico de contaminação, aparece um paredão vertical, que continua subindo. Chegamos a quase 24 mil contaminados, e não tínhamos esse número em nenhum dia da pandemia. Em menos de uma semana, se continuar nesse ritmo, nós vamos passar de 30 mil casos. Graças a Deus e à vacina, nós não temos o mesmo reflexo na demanda de UTI que tínhamos no ano passado”, disse o governador Rui Costa.

Apesar disso, o governador alerta para o impacto no sistema de saúde, com o afastamento de profissionais.

“Como é uma verdadeira tsunami de contaminação. Se no ano passado, era possível identificar os pacientes de covid-19, hoje, infelizmente, os pacientes que chegam em toda Bahia, com uma perna quebrada, problema renal, quando dão entrada, fazem o teste e dá positivo. Nós estamos com um problemão porque as unidades especializadas de covid-19 não foram montadas para atender neurologia, ortopedia, atender outras questões, e a pessoa chega com covid, precisa ser operada de urgência, e acaba infectando os profissionais da saúde”, explica Rui.

Vacinação dos jovens

A vacinação contra covid-19 dos jovens entre 12 e 17 anos atingiu a marca de 93% de imunizados com a primeira dose na capital baiana. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). 

Conforme a pasta, dos 189.812 pessoas cadastradas nesta faixa etária, 175.621 iniciaram o ciclo vacinal, sendo que 110.702 já tomaram a segunda dose. Entre as crianças de 5 a 11 anos apenas 21% se vacinaram. No total, são 169.773 cadastrados e 35.8478 vacinados. 

"Com todos os obstáculos e dificuldades, estamos avançando na imunização desse público. Nesse período de intensas preocupações com os altos índices de infecção pela covid-19, o nosso apelo continua sendo para que pais continuem a vacinar as crianças para continuarmos o trabalho exemplar de imunização que tem sido realizado pela Prefeitura de Salvador", disse o secretário municipal de Saúde, Leo Prates. 

Burocracias impostas

Na manhã desta quinta-feira (27), o prefeito Bruno Reis ponderou as exigências feitas pelo Ministério da Saúde em relação à vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19. Para o gestor, as burocracias impostas estão atrapalhando o ritmo da imunização desse público na capital baiana. 

Esta é também uma constatação de Leo Prates, que tem conferido de perto a vacinação desses públicos em Salvador.

"O baixo índice vacinal do público infantil em Salvador é fruto das exigências do ministério que não fazem sentido, como a espera de 20 minutos, porque não tem justificativa técnico-científica para isso", afirma Prates.