06/12/2020 16h40
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O mau desempenho do setor de serviços, único setor da economia que ainda não conseguiu repor as perdas da pandemia, é o principal fator que explica a queda de 1,1% nas exportações no terceiro trimestre, perante um ano antes, informou
A queda mais intensa das importações (-25%) também é explicada em parte pela trajetória dos serviços. Ainda assim, informou o IBGE, a contribuição do setor externo no Produto Interno Bruto (PIB) do período foi positiva.
“Essa queda nas exportações é curiosa, porque acontece mesmo com uma desvalorização importante do câmbio. Isso aconteceu por causa da parte de serviços especificamente e isso também ajuda a explicar a queda nas importações. Estamos recebendo muito pouco turistas, o que afeta toda essa parte de transportes, alojamento e compra de bens. O mesmo vale para os brasileiros que tem ido pouco para fora do país. Esse movimento prejudica tanto as exportações quanto as importações”, diz a técnica responsável pela pesquisa, Rebeca Palis.
Os técnicos do IBGE afirmaram que a queda de 25% nas importações no terceiro trimestre, que também tem a ver com o desempenho fraco dos serviços, foram mais afetadas pela desvalorização cambial.
Em relação ao segundo trimestre de 2020, as exportações de bens e serviços tiveram queda de 2,1%, enquanto as importações caíram 9,6%.
Entre julho e agosto, informou o IBGE, o setor de serviços avançou 6,3% e todos os seus ramos cresceram, mas este movimento ainda não foi suficiente para superar a queda nos meses mais agudos da pandemia. O setor ainda está no patamar de atividade do início de 2017, assim como o PIB. Isso acontece devido ao peso dos serviços, que respondem por mais de três quartos das contas nacionais.
Fonte: Valor On-line