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Sustentabilidade

Dia Mundial do Meio Ambiente completa 50 anos

Criada pela ONU, data traz para 2022 o tema “Uma só terra”

05/06/2022 11h28

Foto: Ilustrativa

Chamar a atenção globalmente para as questões ambientais urgentes da atualidade. Este é o maior objetivo do Dia Mundial do Meio Ambiente - 5 de junho - criado no ano de 1972, juntamente com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano, contendo diretrizes para a governança ambiental no mundo. Ao longo desses anos, as discussões ganharam importância e o trabalho de conscientização cresceu, mas ainda há muito a ser feito pelas transformações e pelas políticas ambientais nacionais e internacionais. 

A cada ano, a comemoração gera em torno de um tema. Para 2022, a ONU escolheu reforçar a campanha “Uma só terra”, que além de marcar os 50 anos da Conferência de Estocolmo de 1972, alerta para a urgência da mudança global em prol da preservação do meio ambiente. A proposta é fazer com que cada pessoa se sinta integrada às ações ambientais coletivas e motivada a viver uma vida mais sustentável, em harmonia com a natureza, promovendo mudanças a partir do apoio às políticas públicas e de escolhas pessoais, como por exemplo adotar um estilo de vida menos poluente. É preciso incorporar que o planeta é a nossa casa e a preservação de todos os recursos finitos é uma responsabilidade de cada pessoa.  “Agora, assim como há cinco décadas, é fundamental tomarmos novas ações urgentes em prol de um planeta saudável para a prosperidade de todos e todas, afirma Regina Cavini, representante adjunta do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) no Brasil.

Este ano, a Suécia voltou a ser a anfitriã da conferência anual e lá também foi realizada a Estocolmo+50, nos dias 2 e 3 de junho. Na pauta das discussões, o foco foi em três pilares: ação climática, ação na natureza e ação na poluição. O encontro representou uma aceleração nos esforços para cumprir a Agenda de 2030 de modo a alcançar uma recuperação sustentável pós-COVID-19. Participaram da conferência mais de dez chefes de Estado/governo e mais de 90 ministros de 130 Estados-membros participantes, bem como representantes da sociedade civil e do setor privado.

Desde que foi instituído, o Dia Mundial do Meio Ambiente passou a ser uma plataforma de sensibilização para as questões ambientais. Ao longo dos anos, temas importantes foram discutidos: restauração dos ecossistemas, biodiversidade, poluição do ar, poluição plástica, crimes ambientais contra a vida selvagem, consumo consciente, aquecimento global, desperdício de alimentos, economia verde, mudanças climáticas, água, camada de ozônio…

Compromissos da anfitriã 

Após ter sido palco da Conferência de 1972, a Suécia avançou nas questões ambientais e nos investimentos voltados para a preservação e proteção ambiental. O país adotou uma meta climática de longo prazo com o objetivo de zerar as emissões líquidas até 2045. Cinquenta anos depois, voltar a sediar o encontro representou um compromisso e uma grande ambição para o futuro. 

"Como uma anfitriã orgulhosa do Dia Mundial do Meio Ambiente 2022, a Suécia destaca as preocupações ambientais mais urgentes e apresenta as iniciativas do nosso país e os esforços globais para enfrentar as crises do clima e da natureza. Convidamos comunidades de todo o mundo a participar das importantes discussões e celebrações", ressaltou Per Bolund, Ministro de Meio Ambiente e Clima e Vice-Primeiro Ministro da Suécia. 

Ações que fazem a diferença 

Em diferentes partes do Brasil e do mundo, há pessoas atuando em ações e iniciativas que já se tornaram uma missão de vida com o intuito de promover a restauração e a preservação do meio ambiente e assim ajudar a construir um planeta melhor para essa e as próximas gerações. Veja aqui alguns exemplos! 

Rondônia

Os indígenas Paiter Suruí já realizaram duas edições da ação NFTs de Impacto para comercializar, por meio da plataforma Mercado Bitcoin, obras digitais autênticas - ilustrações e fotografia. O objetivo da iniciativa é levantar fundos para colaborar com projetos de impacto social e ambiental. O dinheiro também é usado para monitorar o território Sete de Setembro e financiar outras iniciativas sustentáveis, como a preservação de 13 mil hectares de floresta.

O cacique Almir Suruí ressalta, ainda, que com o dinheiro das vendas das obras digitais é possível investir em tecnologia e aquisição de drones, GPS e computadores para geoprocessamento, bem como para identificar algumas ações para receberem financiamento e fortalecimento. Hoje já são beneficiados projetos de cultivos sustentáveis de café, banana, cacau e castanha, além de iniciativas de reflorestamento e recuperação de nascentes. 

Paquistão

Tahir Qureshi, falecido em dezembro de 2020, entendeu a importância da preservação dos manguezais na preservação do meio ambiente. Ele deixou um legado importante, ganhou o título de “herói dos manguezais” e hoje outras pessoas, inspiradas por seu trabalho, dedicam-se a ações de restauração dos manguezais naquele país. 

Em 2021, o Paquistão sediou a conferência da ONU e, apoiado pelo PNUMA, assumiu o compromisso de plantar 10 bilhões de árvores até 2023, sendo que grande parte delas são mangues - ecossistemas mais produtivos e diversificados do planeta. Sem eles 39% a mais de pessoas poderiam sofrer com as consequências de inundações, por exemplo. Vale saber, ainda, que os mangues armazenam carbono de três a cinco vezes mais do que das florestas tropicais. Além disso, sustentam a subsistência de mais de 120 milhões de pessoas no mundo e servem de casa para mais de três mil espécies de peixes que fazem parte do ecossistema.

Estima-se que a degradação já consumiu 67% dos manguezais através de ações como exploração madeireira, agricultura, aquicultura, poluição e o desenvolvimento costeiro.

Salvador

Na capital baiana, um projeto ambiental de destaque é desenvolvido pela ONG ProMar, em parceria com os pescadores da Ilha de Maré e a Universidade Federal da Bahia. Juntos desenvolveram uma tecnologia que transforma o substrato do coral sol, nocivo ao ecossistema marinho, em sementeira para o cultivo e a restauração dos recifes de coral nativo na Baía de Todos os Santos. O trabalho também se estende à reutilização do plástico, que é retirado do mar. 

"Há mais de dez anos estou trabalhando na pesquisa e no monitoramento e controle do coral sol na Baía de Todos-os-Santos e, também, participamos da construção do plano de controle do coral sol na Costa Brasileira. Como o coral sol causa impacto na vida marinha, principalmente, em algumas espécies daqui e por ele ter a mesma composição de um coral da nossa região, que é o carbonato de cálcio, resolvemos experimentar o esqueleto para fabricar uma sementeira para cultivar corais nativos. Retiramos o coral sol, colocamos para secar, trituramos e transformamos em um pó. Então, misturamos com cimento e fabricamos pequenos blocos que são as sementeiras, onde se fixa o fragmento de um coral nativo e a partir daí ele passa a se desenvolver", explica Zé Pescador, gestor da ProMar. 

Todo este trabalho é fruto de um estudo da startup de inovação e meio ambiente Carbono 14, um negócio sustentável, que nasceu a partir da atuação da ProMar. O trabalho pioneiro chegou a ser citado na revista especializada Science.  

Com os experimentos percebeu-se que o uso do nylon poderia ser utilizado também no processo como lacres. "O plástico é excelente para acelerar o desenvolvimento do coral, até quatro vezes mais rápido do que o próprio ambiente natural. Essa descoberta foi feita a partir da observação do cientista Igor Cruz, do Instituto de Geociências da UFBA, que é o nosso orientador científico nos experimentos de restauração na Baía de Todos os Santos”. 

O projeto Mundo Sustentável é uma realização do Correio com patrocínio da Unipar e Acelen, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador, apoio da Braskem, Wilson Sons, AJL, Jotagê e ComDados.

Fonte: Correio