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Entrevista

Executivo da BYD no Brasil detalha metas da montadora no país

Alexandre Baldy tem a missão de fazer da maior montadora asiática uma concorrente de peso também no Brasil

21/02/2024 23h00

Foto: BYD - Divulgação

A montadora chinesa BYD deslanchou no mercado brasileiro no ano passado. A empresa começou como uma fábrica de baterias em Shenzhen, costa leste da China, mas hoje está entre as maiores fabricantes de carros elétricos e híbridos do mundo. No Brasil, a companhia chamou atenção ao lançar o Dolphin, que, na época, foi o carro elétrico mais barato do país, a menos de R$ 150 mil, e ao anunciar a sua primeira fábrica no país, em Camaçari, Bahia. O investimento estimado na planta é de R$ 3 bilhões.

Em entrevista ao Correio Braziliense, o chairman (presidente do Conselho de Administração) da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, detalhou que a empresa também tem grandes planos para 2024. Além do lançamento de novos modelos, como o Dolphin Mini no final do mês, a empresa quer chegar a 200 concessionárias em todo o país – atualmente, são quase 100 lojas. Baldy contou ainda que as obras civis do complexo devem ser iniciadas nos primeiros dias de março, e que a fase atual é de finalização dos projetos e obtenção de licenças junto aos órgãos regulatórios. Confira os principais trechos da entrevista:

A BYD ganhou bastante projeção em 2023. Como você avalia o ano?

Foi um ano muito positivo, bastante exitoso para a BYD. Começou com o lançamento do Song, que hoje é o híbrido mais vendido do país, dentre todos os SUVs. Depois, lançou o 100% elétrico Dolphin, que revolucionou o mercado, posso assim dizer. Ele realmente trouxe o tracionamento dos carros não só elétricos, mas híbridos também, para uma plataforma, um padrão, completamente diferente. Logo na semana seguinte, anunciamos a planta industrial no Brasil. Primeiramente, escolhendo o estado da Bahia, avaliando alguns terrenos que, depois, foi se confirmar na antiga planta da Ford em Camaçari. É um marco muito importante para a BYD, não só no Brasil, mas no mundo inteiro. E (a empresa) vem consolidando a abertura dos seus pontos de distribuição, concessionárias, em todo o Brasil.

Quantas concessionárias a BYD têm atualmente?

Fechamos o ano com em torno de 50 lojas, e já abrimos 2024 quase que dobrando (esse valor). Já estamos quase que com 100 lojas em operação hoje no Brasil. Devemos fechar esse número até agora, no fim de fevereiro.

Qual a visão da montadora para 2024?

Devemos lançar no final do mês o modelo que deverá promover outra revolução no mercado, bastante importante, que é o Dolphin Mini. E o nosso objetivo até o final do ano é ter 200 concessionárias abertas, tornando a marca cada vez mais conhecida, cada vez mais reconhecida e, principalmente, tendo a confiança do consumidor, do cidadão brasileiro, que isso para a gente é muito importante.

Já há uma data prevista para o lançamento?

Nós devemos lançar o Dolphin Mini no dia 28 de fevereiro.

Um dos objetivos da BYD é conseguir lançar um carro elétrico com valor abaixo de R$ 100 mil. Você consegue adiantar se o Dolphin Mini cumpre essa meta?

Ainda não, porque essa é uma tratativa que depende muito da nossa matriz, na China, para autorizar sobre a questão de política comercial. Nós não temos essa política autorizada ainda. Então, todo e qualquer valor que você veja é meramente especulativo. Ainda não há nenhuma confirmação. Nossa expectativa é ter um teto de R$ 120 mil para esse carro, mas não tenho ainda essa confirmação.

Em que pé está a construção da fábrica em Camaçari (BA)?

Estamos com os projetos sendo finalizados, com apreciação por parte dos órgãos regulatórios necessários. Eu acredito que, nos próximos 25 dias, consigamos iniciar a obra. Nossa expectativa é que, nos primeiros 10 dias de março, tenhamos lá um evento, um marco, do início das obras civis, dado as licenças que são necessárias para de fato as obras serem iniciadas. O trabalho tem sido muito árduo para a conclusão dos projetos.

Vocês anunciaram neste ano também uma parceria com a Shell para construção de eletropostos no país. Qual a estratégia da empresa para esse segmento?

A BYD não tem interesse, não atuará na infraestrutura final para concorrer com grupos que atuam, sejam startups, sejam grandes grupos como Shell, Raízen, ou todas mais. Mas a BYD dará todo o suporte necessário para que a gente possa ter uma infraestrutura cada vez mais abundante a cada dia, semana, mês. Especialmente em Brasília, percebemos que o Dolphin é um dos carros mais vendidos pelo varejo brasiliense e pelo varejo brasileiro, em se destacando os carros elétricos, eletrificados, e até no quadro geral. É de total convergência da BYD dar apoio, inclusive financeiro, a projetos de ampliação da infraestrutura de carregamento para carros elétricos.

Como você resumiria a visão da BYD para o Brasil?

Nossa meta é levar ao conhecimento do cidadão brasileiro que (a BYD) é uma empresa que trabalha com produtos de elevada qualidade, e que ela vai se tornar uma empresa brasileira. Queremos sedimentar essa confiança que conquistamos, e que queremos conquistar, do consumidor brasileiro.

Publicado no Correio Braziliense