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Economia

Exportação de soja poderá atingir recorde de 14 milhões/t

A boa evolução de abril, porém, não é garantia para os próximos meses

23/04/2020 07h20

Foto: UOL

Apesar de toda a crise econômica vivida pelo país neste mês, as exportações do agronegócio vão bem. Poderá sair perto de 14 milhões de toneladas de soja pelos portos brasileiros, superando o recorde mensal de 12,4 milhões de até então, que era de maio de 2018.

Além da soja, o setor de carnes também mantém bom desempenho, e as estimativas de vendas externas de abril seguem o ritmo das dos meses anteriores ao coronavírus.

As previsões de exportações de soja e de carnes, dois dos principais itens da pauta brasileira do agronegócio brasileiro, foram feitas com base na evolução média das vendas externas registradas pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) dos 12 primeiros dias úteis.

A boa evolução de abril, porém, não é garantia para os próximos meses, uma vez que o Brasil está exportando produtos negociados há alguns meses, e este é o pico da saída de soja para o exterior.

A saída da China da crise do coronavírus, porém, poderá manter um bom ritmo das exportações brasileiras, uma vez que a maior parte das vendas de soja, carnes e celulose é dirigida para a China.

Os dados da Secex indicam que já saíram 8,8 milhões de toneladas de soja neste mês. Mantido o ritmo atual, o volume exportado poderá superar 14 milhões.

Com relação às carnes, o volume a ser exportado neste mês deverá repetir o de março, se os próximos dias repetirem o desempenho das primeiras semanas.

Conforme as estimativas atuais, as vendas externas de carne suína devem ficar próximas de 62 mil toneladas neste mês, as de frango, em 315 mil, e a bovina, em 112 mil.

Quanto aos preços, apesar do recorde de exportações, o valor da soja se mantém em US$ 337 por tonelada, em média. As carnes bovina e suína obtêm preços semelhantes aos de março. O preço da de frango, no entanto, teve redução de 3% no período.

O patamar das vendas externas do agronegócio deste ano está bem acima do de igual período de 2019. As exportações médias do setor superam, neste mês, em 46% as de abril do ano passado. No mesmo período, as importações recuaram 2,1%, segundo os dados registrados pela Secex para este mês.

Dentro da porteira

O Valor Bruto da Produção agropecuária brasileira volta a crescer neste ano. A soma dos valores dos principais produtos do setor poderá atingir R$ 690 bilhões, 7,6% acima do registrado em 2019, quando já havia superado em 2,5% o de 2018. Neste ano, ao contrário do que ocorreu em 2019, a melhor evolução é das lavouras, e não da pecuária. Os dados do Ministério da Agricultura indicam que, puxada pela soja e pelo milho, a safra deste ano poderá gerar receitas de R$ 453 bilhões para os produtores, 8,3% a mais. Já a pecuária, destaque no ano passado, volta a crescer, 6,2%, e atingirá R$ 237 bilhões.

Soja

No setor de grãos, as lideranças ficam com soja e milho, produtos que vão gerar receitas recordes no ano. Na avaliação de José Gasques, do Ministério da Agricultura, o valor bruto de produção da soja atingirá R$ 159 bilhões, superando em 13% o de 2019. No ano passado, devido à quebra de safra, as receitas haviam caído 10%.

Milho

O contínuo aumento do volume produzido vem colocando o Brasil em outro patamar nessa cultura. A produção recorde, acima de 100 milhões de toneladas neste ano, deverá gerar rendimento de R$ 76 bilhões, 17% mais do que em 2019, quando o setor já tinha superado em 26% o ano de 2018.

Pecuária

As previsões do Ministério da Agricultura para o setor são de um bom desempenho também neste ano. As receitas do setor deverão somar R$ 237 bilhões, com bovinos e suínos registrando valores recordes: R$ 102 bilhões e R$ 20,5 bilhões, respectivamente. O setor de frango, após alta de 15% em 2019, recua 1%.

Sem recuperação

​Alguns produtos, como o arroz, voltam a ter um desempenho melhor neste ano, mas a evolução não compensa a queda registrada em 2019. Já o algodão, destaque dos últimos anos, tem desaceleração. Apesar dessa queda, o valor da produção dos cotonicultores continua elevado.

Fonte: Folha On-line