Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Logística

Governador Ratinho lança edital para construir o “Moegão”

O projeto Cais Leste trará mais eficiência logística e melhora a competitividade do Estado do Paraná

10/12/2021 07h58

Foto: Cláudio Neves - Portos do Paraná 

O Porto de Paranaguá começa a preparar sua estrutura para absorver a produção transportada pelo modal ferroviário, já tendo em vista o projeto da Nova Ferroeste. O governador do Paraná Carlos Massa Ratinho Junior lançou, na quinta-feira (9), em Paranaguá, no Litoral, o edital de licitação do projeto Cais Leste, também chamado de Moegão, que vai receber investimento de R$ 500 milhões. O lançamento ocorreu durante a solenidade de inauguração do novo terminal portuário da Coamo.

O edital deve ser publicado na segunda-feira (13) no Diário Oficial do Estado, e assim que cumpridas todas as etapas do processo de licitação, a obra será iniciada, com prazo de entrega de 180 dias.

O governador afirmou que a construção do Moegão traz mais eficiência logística e melhora a competitividade do Estado. “É o maior projeto de infraestrutura do Paraná, que além de melhorar a mobilidade em Paranaguá, aumenta a capacidade de carga do porto, com a ampliação significativa de carga e descarga de trens”, disse.

“Muitos empregos serão gerados com essa obra, tanto durante a execução, como também quando estiver em operação. Com a ampliação de capacidade do porto, vamos precisar de mais trabalhadores para suprir a necessidade de mão de obra”, destacou Ratinho Junior. “É uma transformação na infraestrutura do Paraná, que se capacita como a grande central logística da América do Sul”.

O projeto prevê a adequação do acesso, redistribuição das faixas internas e posicionamento das balanças e das moegas (destinadas ao depósito de grãos). A descarga ferroviária será centralizada em uma moega exclusiva, mas também serão reestruturados os acessos dos terminais da parte Leste do Porto, otimizando a capacidade de recepção de cargas também pelo modal rodoviário.

Com área de 595 mil metros quadrados, as três linhas que compõem o projeto terão capacidade de carregar até 2 mil toneladas de grãos e farelo por hora. Elas ficarão interligadas aos 11 terminais do Corredor Leste de Exportação.

Com isso, a previsão é ampliar dos atuais 550 vagões, que descarregam diariamente no Corredor Leste, para cerca de 900 por dia — quase 300 em cada uma das três linhas. Atualmente, 14,9% das cargas chegam ao porto pela ferrovia, mas a previsão é equalizar essa logística, com 50% dos carregamentos vindos pelos trens e a outra metade por caminhões.

“Temos hoje uma limitação de recebimento ferroviário, não pela falta de demanda, mas porque não temos capacidade para receber mais”, explicou o presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “Há uma limitação geográfica de expansão. Então, com este projeto, vamos centralizar em um único ponto o descarregamento de 11 terminais, trazendo mais eficiência logística”, disse.

O Moegão vai também reduzir os custos e as emissões de CO2 nas operações. Além disso, está prevista, ainda, a redução de cruzamentos entre as vias urbanas de Paranaguá com os trilhos da ferrovia, passando de 16 para cinco interseções na cidade.

Embarque

O Moegão vai ao encontro de outro projeto do porto, que é a modernização e ampliação do Corredor Leste (Corex) e do píer em T. Em fase de desenvolvimento, o projeto prevê um novo complexo com quatro berços; ponte de acesso; oito torres pescantes; e capacidade para embarque de 4 mil toneladas, por hora, em cada uma das oito linhas. Assim, a expectativa é triplicar a capacidade de embarque atual no Corredor Leste.

Além disso, o Governo do Estado também prepara a modernização do modal ferroviário, com o projeto da Nova Ferroeste, estrada de ferro interligando Maracaju (MS) ao Porto de Paranaguá.

Terminal da Coamo

A Coamo investiu R$ 200 milhões na construção do Terminal Portuário II, em Paranaguá, para atender as exportações de grãos e farelos. Com três silos e um armazém graneleiro, a estrutura tem capacidade total de armazenagem de 150 mil toneladas.

O terminal conta com cinco moegas, com capacidade operacional para recebimento de 1.380 toneladas/hora, e tombadores para caminhões que facilitam o fluxo da movimentação no corredor de exportação. Somados ao outro terminal existente, a cooperativa tem capacidade para embarque de até 7 mil toneladas/dia.

Em 2020, a Coamo exportou 4,5 milhões de toneladas de grãos e farelo de soja, com faturamento de US$ 1,5 bilhão. “Este investimento faz parte da nossa visão estratégica de crescimento. Nosso volume de exportações aumenta a cada ano, acompanhando o crescimento da Coamo”, destacou o diretor-presidente do Conselho Administrativo da Coamo, José Aroldo Gallassini.

Fundada em 1970 por 79 agricultores de Campo Mourão, no Centro-Oeste do Paraná, a Coamo conta hoje com 30 mil cooperados nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Na atuação da cooperativa se destacam as exportações de commodities, realizadas no corredor de exportação do Porto de Paranaguá desde 1990. Maior cooperativa da América Latina, a Coamo está também entre as principais empresas exportadoras do País.

Possui ainda 10 indústrias para a produção de óleo de soja, farelos, margarinas, gorduras vegetais, cafés, farinhas de trigo e fios de algodão. Elas estão localizadas em Campo Mourão, Paranaguá e Dourados (MS), com capacidade para produzir 11 mil toneladas/dia.