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Gestão Pública

Joe Biden e Kamala Harris tomam posse nos EUA

Evento nesta quarta (20) ocorre com segurança reforçada e protocolos alterados pela Covid-19

20/01/2021 09h15

Foto: Divulgação

O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, e a vice-presidente eleita, Kamala Harris, tomam posse de seus cargos nesta quarta-feira (20). A cerimônia, tradicionalmente marcada pelo simbolismo da transição de poder para os novos líderes da nação, terá, neste ano, algumas mudanças de protocolo.

Primeiro porque ocorre em meio à pandemia de coronavírus que, só nos EUA, infectou mais de 24 milhões de pessoas e causou 400 mil mortes. Segundo porque acontece duas semanas depois dos atos de insurreição contra o Congresso americano durante a sessão de certificação da vitória de Biden.

Cada um à sua maneira, esses aspectos levantaram novas demandas de segurança para o dia da inauguração. A capital americana, Washington, está sob estado de emergência para controlar o avanço da Covid-19 e, além disso, todas as etapas do evento contarão com um rígido esquema de segurança.

Em decorrência dos ataques ao Capitólio, mais de 25 mil homens da Guarda Nacional se juntarão a outros milhares de policiais e agentes responsáveis por manter a comitiva do novo presidente e o reduzido público presente em segurança.

Juramento e cerimônia de posse

De acordo com a agenda oficial divulgada pela Comissão de Inauguração Presidencial, o mais importante evento desta quarta (20), o juramento feito por Biden e Kamala em frente à fachada oeste do Capitólio, ocorrerá com público limitado devido aos protocolos de saúde e segurança pública. Serão apenas mil convidados, em contraste com as cerca de 200 mil pessoas que compareceram a posses anteriores.

O juramento em si deve começar pouco antes das 12h no horário local (14h Brasília). Kamala, a primeira mulher negra a assumir a Vice-Presidência dos EUA, anunciou que usará duas bíblias diferentes em seu juramento. A primeira é a mesma que usou quando assumiu o cargo de procuradora-geral pelo estado da Califórnia e pertenceu a Regina Shelton, a quem a vice-presidente eleita considera uma segunda mãe.

A segunda bíblia pertenceu ao ícone do movimento de defesa dos direitos civis Thurgood Marshall, o primeiro juiz negro a servir na Suprema Corte dos EUA. A responsável por empossar oficialmente a vice-presidente eleita será a juíza Sonia Sotomayor, também pioneira ao ser a primeira magistrada de ascendência hispânica a ocupar um cargo na mais alta instância da Justiça americana.

mandato de Trump se encerra oficialmente às 12h, e então o democrata que o derrotou nas urnas assumirá a missão de conduzir os EUA em meio às crises que vão além das causadas pelo coronavírus.

O programa oficial de Biden indica que o presidente eleito fará um discurso expondo sua visão para "derrotar a pandemia, reconstruir melhor e unificar e curar a nação" após ser empossado pelo chefe da Suprema Corte, John Roberts. O juiz também oficializou os dois mandatos de Obama e o único de Trump.

Hino Nacional dos EUA e apresentações musicais

Depois de declarar apoio à campanha democrata antes e depois das eleições de 3 de novembro, Lady Gaga foi a escolhida para cantar o hino nacional na cerimônia, retomando a tradição, interrompida na posse de Donald Trump, de convidar grandes nomes da música para essa parte do evento.

Na posse do republicano, quem cantou o hino foi a ex-participante do reality show "America's Got Talent" Jackie Evancho. Seu antecessor, Barack Obama, convidou Aretha Franklin para a cerimônia em 2009 e Beyoncé em 2013. A cantora Jennifer Lopez também deve se apresentar nesta quarta.

A próxima primeira-dama, Jill Biden, e o segundo-cavalheiro, marido de Kamala, Doug Emhoff, também participarão de uma transmissão virtual a partir das 10h (12h, em Brasília) voltado ao público infantil e adolescente, que inclui uma apresentação dos animais de estimação presidenciais.

Desfile militar e visita ao Cemitério de Arlington

Em seguida, Biden, Jill, Kamala e Emhoff passarão as tropas em revista. Trata-se de uma tradição militar de longa data em que membros das Forças Armadas desfilam diante do novo presidente simbolizando uma transferência pacífica de poder.

Na sequência, o grupo visita o Cemitério Nacional de Arlington, o mais tradicional cemitério militar americano, para depositar flores na Tumba do Soldado Desconhecido, um monumento que homenageia militares enterrados sem identificação.

Neste ponto, juntam-se à comitiva três dos ex-ocupantes da Casa Branca ainda vivos, acompanhados de suas respectivas esposas: Barack e Michelle Obama, George W. e Laura Bush, e Bill e Hillary Clinton. Aos 96 anos, o ex-presidente Jimmy Carter anunciou que não viajaria a Washington devido à idade avançada, mas desejou sucesso ao governo Biden.

A notável exceção, que representa uma quebra histórica das tradições democráticas americanas, é o republicano Donald Trump, que anunciou com antecedência que não compareceria à posse de seu adversário depois de meses alegando, sem base em evidências, que as eleições foram fraudadas.

Escolta militar e 'Parada pela América'

A tradição em que o novo presidente desfila pela Avenida Pensilvânia —uma das principais vias públicas da capital americana, que liga o Capitólio à Casa Branca— foi substituída por uma mais modesta escolta militar que guiará Biden até a sede oficial da Presidência dos EUA.

Em seguida, com início previsto para 15h15 (17h15, em Brasília), deve começar a "Parada pela América", um desfile virtual com apresentações de representantes dos 50 estados, como a de um coral formado integralmente por pessoas transgênero, além de atletas olímpicos e artistas como a cantora Andra Day e a banda Earth, Wind & Fire.

Como nem só de formalidades vive a posse de um presidente americano, a partir das 20h30 (22h30, em Brasília) um especial intitulado "Celebrando a América" vai ao ar. Apresentado pelo ator Tom Hanks, o programa foi a forma escolhida para substituir o tradicional e luxuoso baile de inauguração.

O especial, em que Biden e Kamala devem discursar, será transmitido ao vivo pelas principais emissoras da TV americana e incluirá apresentações de artistas como Jon Bon Jovi, Demi Lovato, Justin Timberlake, Foo Fighters, entre outros.

Fonte: Folha de S. Paulo

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