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Economia

Juro do cartão de crédito rotativo em maio sobe para 455% ao ano

Taxa média de juros cobrada pelos bancos subiu para 45,4% em maio deste ano

28/06/2023 10h07

Foto: Divulgação 

A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo subiu de 447,3% ao ano, em abril, para 455,1% ao ano em maio, informou nesta quarta-feira (28) o Banco Central.

Segundo a instituição, esse é o maior patamar em seis anos. Em março de 2017, a taxa estava em 490% ao ano, acima da atual.

O crédito rotativo do cartão de crédito é acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento.

O patamar da taxa rotativa de juros segue proibitivo. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado e, segundo analistas, deve ser evitada.

A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.

As concessões de empréstimos por meio do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas registraram crescimento em 2022 e bateram recorde.

Juro bancário médio

De acordo com o Banco Central, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas subiu de 45,1% para 45,4%, de abril para maio desse ano.

O juro médio, nesse caso, foi calculado com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Esse é o maior patamar desde agosto de 2017, quando a taxa média alcançou 45,6% ao ano. Ou seja, trata-se do maior índice em cerca de cinco anos e meio. A série histórica do BC tem início em março de 2011.

A taxa média de juros cobrada nas operações com empresas ficou estável em 23,8% ao ano em maio, mesmo patamar de abril.

Já nas operações com pessoas físicas, os juros subiram de 59,6% ao ano em abril para 59,9% ao ano em abril - os maiores desde agosto de 2017 (62,3% ao ano).

No cheque especial das pessoas físicas, a taxa recuou de 133,5% ao ano, em abril, para 130,7% ao ano em maio de 2023.

Crédito bancário

O volume total do crédito bancário no mercado, segundo o Banco Central, avançou 0,3% em maio, ficando relativamente estável em R$ 5,4 trilhões.

No mês passado, houve estabilidade nos empréstimos para as empresas e aumento de 0,5% nas operações de crédito para as pessoas físicas – para R$ 3,3 trilhões, acrescentou a instituição.

Para as pessoas físicas, o BC informou que contribuíram as operações com cartão de crédito à vista, com aumento de 2,4%, os financiamentos para aquisição de veículos, com alta de 0,9%, e o crédito consignado para trabalhadores do setor público - aumento de 0,6%.

Segundo o BC, também houve alta de 1,46% nas novas concessões de empréstimos no mês passado, período em que somaram R$ 492,7 bilhões. Em abril, haviam totalizado R$ 485,6 bilhões. Com isso, foi interrompida uma série de três meses seguidos de queda do indicador.

O cálculo foi feito após ajuste sazonal (uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes).

Endividamento das famílias e inadimplência

Segundo o BC, o endividamento ficou estável em 48,5% da renda acumulada nos 12 meses até abril desse ano. A série histórica do BC para este indicador teve início em janeiro de 2005. Com isso, registrou queda marginal na comparação com fevereiro, quando estava em 48,6%.

Em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias somava 41,8%.

Ao mesmo tempo, a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito subiu de 3,5% em abril para 3,6% em maio deste ano. Este é o maior patamar desde agosto de 2017, quando somou 3,7%. A série do BC para este indicador começa em março de 2011.

Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência ficou estável em 4,2% em maio. É o maior patamar desde maio de 2016, ou seja, em sete anos.

Já a inadimplência das empresas avançou de 2,3% em abril para 2,4% em maio. Trata-se do maior patamar desde maio de 2019, isto é, em quatro anos.

Fonte: g1