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Transporte Aquaviário

Maersk Brasil defende aumento de profundidade no Porto de Santos

O aprofundamento do canal para 17 metros em 2026 geraria uma economia de cerca de US$ 9,4 milhões

27/03/2022 11h33

Foto: Divulgação

O diretor-geral da Maersk Brasil, Julian Thomas, solicitou que sejam aumentados os investimentos para desenvolver a infraestrutura dos portos brasileiros, especialmente o Porto de Santos, que está em processo de privatização em projeto coordenado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e encomendado pelo Ministério da Infraestrutura.

“Apoiamos a modernização e o aumento dos investimentos no Porto de Santos, garantindo uma infraestrutura competitiva para o crescimento do comércio exterior brasileiro”, afirma. Nesse cenário, Thomas defende a extensão da profundidade para 17 metros na primeira fase da concessão. “Este é o investimento mais crítico para maximizar o potencial do maior complexo portuário do país”, disse.

Julian Thomas, diretor-geral da Maersk Brasil  - Foto: Divulgação

De acordo com os dados disponibilizados na consulta pública sobre a privatização do Porto de Santos, observa-se que adiantar o aprofundamento do canal para 17 metros em 2026 geraria uma economia de aproximadamente US$ 9,4 milhões. Ao mesmo tempo, a previsão também geraria custos adicionais com dragagem de manutenção da ordem de US$ 8,3 milhões por ano, para o período de 2026 a 2033. Os benefícios gerados pela economia de escala, bem como a possibilidade de expansão dos mercados de exportação e importação gerados por um porto mais profundo, superam o custo adicional com dragagem de manutenção.

"A expansão direta tornará o porto mais competitivo. Portanto, dividi-lo em duas fases não seria eficiente", afirma. Thomas destaca ainda que aumentar a profundidade do canal para 17 metros permitirá o acesso a navios de maior porte em Santos, como os de 15 mil TEUs, ante os de 9 mil TEUs que fazem escala no porto santista. Tendo em conta as atuais hipóteses de mercado, o calado previsto de 17 metros permitiria transportar entre 1.700 e 2.300 TEUs adicionais por chamada já em 2026.

"Quase todos os navios porta-contêineres que chegam ao Brasil fazem escala em Santos. Se o porto tem uma limitação que impede a operação dos navios mais eficientes do país, isso afeta todos os outros portos, assim como o desenvolvimento da economia brasileira", explica Thomas.

Construção e alojamento de novos navios

Com o grande aumento da demanda por transporte marítimo, iniciado em 2020 durante a pandemia do coronavírus, houve um aumento na contratação de novas embarcações em todo o mundo. Nesse contexto, Thomas destaca que os novos navios, que entrarão em operação a partir de 2023, têm capacidade para 22 mil TEUs.

"O ano de 2021 foi marcado por um investimento significativo em encomendas de navios porta-contêineres. Os novos navios trarão maior capacidade ao cenário mundial de transporte. Além disso, espera-se uma realocação de capacidade na rota Transpacífico para o comércio latino-americano. um calado de 17 metros no porto de Santos é essencial para acomodar esses novos navios", explica.

“Adiar investimentos em infraestrutura que permitiriam a exploração desses navios no Brasil vai contra o resto do mundo”, diz Thomas.

Indústria sustentável

Por fim, o diretor-geral da Maersk Brasil avalia que não são apenas os critérios econômicos que são considerados importantes na questão do aprofundamento do canal do Porto de Santos. Nesse sentido, ele destaca que a sustentabilidade do setor de logística também é um ponto a ser levado em consideração, já que o setor está avançando na redução das emissões de gases de efeito estufa.

"Navios maiores permitem reduzir as emissões de CO por contêiner transportado. Se Santos oferecesse calado de 17 metros, seriam necessárias novas encomendas de navios para atender a rota da costa leste sul-americana, bem como substituir navios de efeito cascata deslocados de rotas mais maduras. Seguindo as tendências mundiais, esses novos navios poderão até ser movidos a metanol verde, gerando uma economia ambiental ainda mais relevante. É uma possibilidade”, avalia. 

Fonte: Mundo Marítimo