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Gestão

Ministro inaugura obras no valor de R$ 600 mi no Porto de Santos

Tarcísio de Freitas também acompanhou o primeiro embarque de celulose no terminal da Bracell

27/11/2021 08h27

Foto: Santos Port Authority - Divulgação

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, inaugurou na sexta-feira (26) três importantes obras no Porto de Santos, que somam R$ 601 milhões em investimentos. Os aportes envolveram a construção de uma terceira linha férrea entre os bairros do Valongo e Paquetá, pela Portofer; um píer de atracação para navios de granéis líquidos na Ilha Barnabé, pela Ageo Norte; e obras de ampliação e modernização do Tecon, pela Santos Brasil. Encerrando a agenda, o ministro acompanhou o primeiro embarque de celulose pelo terminal da Bracell, leiloado em agosto de 2020.

"Toda vez que venho aqui fico otimista com Santos e com o Brasil. São R$ 3,2 bilhões em investimentos em contratos vigentes, e estamos inaugurando hoje R$ 600 milhões. Quero parabenizar a SPA, que está fazendo um excelente trabalho. Os resultados mudaram expressivamente na Companhia. Estamos otimistas com o futuro de Santos. Acabamos de fazer road shows na Europa e Ásia e a desestatização de Santos foi um dos assuntos mais comentados. Quero garantir que todos os arrendamentos serão respeitados e serão feitos investimentos com redução de tarifa com a autoridade portuária privada", disse o ministro.

O diretor-presidente da Santos Port Authority (SPA), Fernando Biral, destacou que a transformação para consolidar um novo momento da história do Porto é um compromisso da atual gestão que se torna realidade com a viabilização de iniciativas como essas. "Junto com o setor privado, estamos inovando e estabelecendo as bases para novos parâmetros de desempenho operacional que distinguirão o Porto de Santos pela sua infraestrutura e eficiência", afirmou Biral, destacando que Santos se tornou um canteiro de obras. "Outros R$ 6 bilhões estão por vir nos próximos anos", completou, referindo-se a desembolsos originários de leilões de arrendamento e na Ferrovia Interna do Porto (FIPS).

Terceira linha férrea

Construída pela Rumo, acionista da Portofer, no período de janeiro a agosto deste ano, a obra envolveu recursos no valor de R$ 23 milhões. Foram instalados 1.962 metros de novos trilhos que funcionarão como apoio às manobras de vagões vazios, liberando as duas linhas férreas restantes.

Essa intervenção aumentará a eficiência na passagem de trens que chegam ao Porto para descarregar nos terminais de grãos e celulose instalados na margem direita, em Santos. Com isso, a capacidade das linhas praticamente dobrou, além de propiciar maior segurança para os pedestres e motoristas, em razão da construção de um muro ao longo da linha que segrega o fluxo ferroviário dos demais.

A terceira linha tem fundamental importância para o Porto e para toda a cadeia logística do setor, uma vez que aumentará a eficiência das operações ferroviárias, tanto em relação aos terminais de granéis sólidos de origem vegetal situados na margem direita do Porto de Santos - dos quais a movimentação pelo modal ferroviário se situa em torno de 70% da movimentação e com projeção para atingir 80% em meados de 2027 - quanto para os terminais de celulose em fase de implantação (STS 14 e 14A), cujas projeções de fluxo pelo modal ferroviário ultrapassam 90% do volume a ser movimentado pelo terminal.

Além disso, o Plano Mestre do Porto de Santos, publicado pelo Ministério da Infraestrutura em 2019, indicou que a taxa de saturação das vias férreas internas da margem direita estava em 87%, à época muito próxima ao limite de capacidade, o que inviabilizaria qualquer aumento do fluxo ferroviário com destinos aos terminais do Porto.

Tecon (Santos Brasil)

As obras no Tecon envolveram investimentos de R$ 450 milhões na extensão e aprofundamento do cais, concluindo a primeira fase do projeto de ampliação e modernização do terminal. O empreendimento agrega mais 400 mil TEU/ano (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) à capacidade do terminal, elevando-a para 2,4 milhões de TEU/ano.

Iniciadas em 2019, ampliaram o cais em 220 metros, totalizando 1.510 metros, e incluíram o aprofundamento e reforço da estrutura para instalação de 1.090 metros de trilhos para novos portêineres de última geração, com capacidade para movimentar até 100 toneladas. A Santos Brasil também adquiriu 30 reboques e 30 terminal tractors para movimentação de cargas no pátio do terminal e investiu em inovações tecnológicas que viabilizam maior utilização da inteligência artificial no planejamento e operação do terminal. No total, a Santos Brasil investirá R$ 1,5 bilhão, em valores atualizados até 2031, na ampliação e modernização do Tecon. A segunda fase do investimento começará em janeiro de 2022 e envolverá R$ 400 milhões em modernizações no pátio, devendo levar dois anos.

Com esse empreendimento, o Tecon Santos terá capacidade para receber, simultaneamente, até 3 navios New Panamax, de 366 metros de extensão, as maiores embarcações previstas para operar no Porto de Santos. A SPA obteve junto à Marinha do Brasil a homologação para operação dessas embarcações em fevereiro deste ano.

Cais da Ageo, na Ilha Barnabé

As obras do novo píer da Ilha Barnabé foram realizadas pelo terminal da Ageo Norte e tiveram início em junho de 2020. O empreendimento agrega mais um berço de atracação para granéis líquidos no Porto de Santos, com profundidade de 15 metros e capacidade para 80.000 DWT. A obra envolveu recursos da ordem de R$ 128 milhões, aumentando a capacidade de atracação para essa modalidade de cargas e viabilizando níveis e performances de atracação em granéis líquidos equivalentes às melhores práticas e desempenhos existentes nos demais portos das Américas e Europa.

A Ageo Norte é o primeiro dos 3 terminais do grupo no Porto de Santos. Localizados na Ilha Barnabé, na margem esquerda, os terminais da Ageo têm acesso marítimo e rodoviário. Atendem aos mercados de exportação e importação de produtos químicos, petroquímicos, combustíveis, etanol, corrosivos, especialidades, farmacêuticos, cosméticos e alimentícios. Juntos, somam capacidade instalada para armazenar 510 milhões de litros de granéis líquidos.

Primeiro embarque de celulose pela Bracell

Empresa realizou primeiro embarque dos fardos de celulose no terminal STS 14A, arrematado em leilão realizado em agosto de 2020. O navio carregado com 58 mil toneladas vai partir com destino à China.

Com a conclusão da expansão da capacidade de produção de celulose produzida na nova fábrica em Lençóis Paulista (SP), a Bracell passou a demandar uma complexa operação logística. A carga é transportada da fábrica até o Terminal Intermodal de Pederneiras (SP) em caminhões. Lá, a celulose é carregada em vagões que percorrem cerca de 510 km pela ferrovia até chegar ao Porto de Santos.

A Bracell já iniciou as obras definitivas do terminal STS 14A, mas, enquanto não terminam, construiu estrutura temporária para garantir a operação. Está investindo R$ 300 milhões no projeto, dos quais R$ 35 milhões foram destinados para obras de acesso (ramal e linha férrea, que são definitivos) e R$ 5 milhões na instalação temporária, composta por um galpão com 16 mil m² com capacidade de armazenagem para 30 mil toneladas. A estrutura temporária é o maior galpão lonado do Brasil, com 383 metros de comprimento.

Entre os benefícios da operação, estão a movimentação da economia local e regional, a geração de empregos na cidade de Santos e nas cidades por onde passa todo trajeto logístico da operação. Segundo a empresa, as operações em Santos geram aproximadamente 553 empregos diretos e terceirizados.