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Artigo

Ode ao Cimatec

Waldeck Ornélas

04/01/2024 06h08

Foto: Divulgação

A Bahia levou à COP28 o primeiro Atlas de Hidrogênio Verde do mundo! O estudo, realizado pelo Cimatec para o governo do Estado, é apenas um exemplo da importância e do trabalho que essa instituição de PD&I vem realizando.

O hidrogênio verde (H2V), visto como combustível do futuro, é a fonte de energia pela qual o nosso mundo está sedento, especialmente a Europa. A Bahia, líder nacional na geração de energias renováveis – eólica e solar – se apresenta como localização apropriada para a sua produção.

Iniciativa da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), o Campus Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec) é a principal unidade nacional de tecnologia do Senai, a mais importante instituição de pesquisa tecnológica da Bahia e um dos mais relevantes centros de pesquisas do país. Abrange, hoje, não apenas o Centro Tecnológico inicial, mas também a Escola Técnica e o Centro Universitário – prestes a se tornar Universidade – concentrando sua atuação em pesquisa, desenvolvimento e inovação. É o nosso MIT.

Sediado em Salvador, o Cimatec atua em manufatura avançada, software e supercomputação, robótica e automação, novos produtos, metrologia, biotecnologia e saúde, logística, entre outras competências, atendendo a empresas industriais de qualquer porte.

A expansão das atividades de pesquisa e desenvolvimento levou à necessidade de implantação do Cimatec Park, em uma área de quatro milhões de metros quadrados, vizinho ao Polo Petroquímico, constituindo um excepcional suporte para o Polo Industrial de Camaçari, com setores destinados à tecnologia – onde são implantadas plantas piloto e grandes laboratórios de pesquisas –, ao intercâmbio acadêmico e à implantação de empresas com forte conteúdo tecnológico e elevado valor dos produtos. Aí está instalado o Centro de Desenvolvimento de Produto que a Ford deixou na Bahia.

Em duas décadas, o Cimatec se tornou maior do que a Bahia. Cerca de 80% dos seus serviços são prestados para fora do Estado. Empresas do pré-sal, por exemplo, são grandes clientes. Motivo de orgulho, esta exportação de serviços também é objeto de preocupação, porque indica que a Bahia não está absorvendo os benefícios que o Cimatec pode proporcionar à sua economia.

Mais recentemente teve início um ciclo de iniciativas da expansão, demonstrando o imenso potencial e capacidade transformadora e dinamizadora que o Cimatec pode representar, como alavanca para o desenvolvimento. São áreas em que a instituição já vem atuando, mas que, agora, ganham identidade própria e visibilidade, possibilitando descortinar boas oportunidades para a economia baiana.

O Cimatec Sertão é o primeiro desses novos campi, visando desenvolver tecnologias industriais para aproveitar o potencial do Semiárido, a região mais crítica de todo o nordeste brasileiro, marcada pela escassez de água, pela pobreza extrema e com parte do território em processo de desertificação. O projeto símbolo dessa unidade é uma parceria com a Shell, Unicamp e UFRB para a produção de biocombustível a partir do agave, a nossa tradicional lavoura do sisal, que ganhará forte dinâmica econômica.

Comprometido com a nova Economia do Mar, o Cimatec Mar está sendo instalado no Porto de Salvador, na Baía de Todos-os-Santos, em plena Capital da Amazônia Azul. Também no Centro Histórico de Salvador, surge o Cimatec Digital, em parceria com a Prefeitura e o grupo Neoenergia, cuja localização, no centenário prédio da antiga CEEB, na Praça da Sé, alia inclusão digital e revitalização urbana, aportando benefícios diferenciados à cidade.

Mediante acordo com o Ministério da Defesa e o estado da Bahia, foram iniciados estudos para implantação do Cimatec Aeroespacial, em instalações da Base Aérea de Salvador.

Este amplo portfólio de atividades demonstra a imensa capacidade produtiva já existente e o papel cada vez mais relevante que o Cimatec tende a assumir em relação ao desenvolvimento do Estado e do país. Mas a Bahia precisa saber colher os frutos que o Cimatec é capaz de produzir.

Waldeck Ornélas - especialista em planejamento urbano-regional. Autor de Cidades e Municípios: gestão e planejamento.

Publicado em o CORREIO.

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