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Gestão Pública

Oxford vê dexametasona como grande avanço para tratar a Covid-19

Resultados de testes mostraram que reduziu as taxas de mortalidade em cerca de um terço entre pacientes

17/06/2020 08h22

Foto: Divulgação

A dexametasona, um esteroide barato e amplamente usado, se tornou o primeiro remédio que se provou conseguir salvar vidas de pacientes da Covid-19, o que cientistas viram como um "grande avanço" no combate à doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.
Resultados de testes anunciados nesta terça-feira mostraram que a dexametasona, que é usada para diminuir inflamações de outras doenças, reduziu as taxas de mortalidade em cerca de um terço entre pacientes de Covid-19 hospitalizados em estado grave.
Os resultados levam a crer que o remédio deveria se tornar um recurso padrão no cuidado de pacientes com casos graves da doença imediatamente, disseram os pesquisadores que realizaram os testes.
"Este é um resultado que mostra que, se pacientes que têm Covid-19 e estão ligados a ventiladores ou no oxigênio recebem dexametasona, isso salvará vidas, e o fará a um custo notavelmente baixo", disse Martin Landray, professor da Universidade de Oxford e colíder do teste conhecido como Recovery.
"Será muito difícil qualquer remédio substituir este, dado que, por menos de 50 libras esterlinas (cerca de 325 reais), você pode tratar oito pacientes e salvar uma vida", disse ele a repórteres em uma entrevista virtual.
Peter Horby, pesquisador e colíder do teste, disse que a dexametasona é "o único remédio até agora que reduziu a mortalidade. E a reduz significativamente".
"É um grande avanço", afirmou. "A dexametasona não é cara na prateleira e pode ser usada imediatamente para salvar vidas em todo o mundo".
Atualmente, não existem tratamentos ou vacinas aprovados contra Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, que já matou mais de 431 mil pessoas globalmente.
O teste Recovery comparou as reações de cerca de 2.100 pacientes que foram designados de forma aleatória para receber o esteroide com cerca de 4.300 pacientes que não o receberam.
Os resultados dão a entender que uma morte seria evitada com um tratamento de dexametasona entre cada oito pacientes de Covid-19 ligados a ventiladores, disse Landray, e que uma morte seria evitada em cada 25 pacientes de Covid-19 que receberam o remédio e estão dependentes de oxigênio.
Entre os pacientes de Covid-19 que não precisavam de auxílio respiratório, não houve benefício com o tratamento de dexametasona.

Fonte: Reuters