21/04/2022 11h30
Foto: Portos do Paraaná - Claudio Neves
A descarga de fertilizantes pelos portos de Paranaguá e Antonina segue aquecida devido à demanda crescente e o mercado em alta para a comercialização. Com isso, houve aumento da quantidade de navios e do volume descarregado, e a Portos do Paraná acompanhou essa evolução com crescimento da produtividade dos terminais para atender os importadores.
Com a alta, registrada desde o segundo semestre de 2021, a administração portuária atualizou as regras operacionais e aumentou em quase 30% os níveis de produtividade para cada operação de descarga dos granéis de importação. Além disso, o porto investiu em balanças, o que agilizou o atendimento dos caminhões à demanda da descarga no cais.
O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, explica que Paranaguá tem uma das melhores pranchas médias (ou produtividade média) operacionais para o desembarque dos produtos entre os portos brasileiros. “Para garantir maior eficiência no segmento de fertilizantes, a prancha média varia de 6 mil a 9 mil toneladas por dia, por berço ou navio”, afirma Garcia.
A média de descarga tem sido de cerca de 40 mil toneladas, ou seja, quase dois navios por dia – considerando o volume mês a mês, de outubro de 2021 até março deste ano. “Elevamos a capacidade de 800 mil toneladas/mês para mais de um milhão de toneladas”, afirma o diretor de Operações, Luiz Teixeira da Silva Júnior.
Neste ano, de janeiro a março, 3,06 milhões de toneladas de fertilizantes foram desembarcadas nos portos do Paraná – 26% a mais que as 2.436.122 toneladas registradas no mesmo período em 2021. Os portos paranaenses são as principais entradas dos fertilizantes no País. Conforme o Ministério da Economia (ComexStat), com base nos dados do 1º trimestre do ano, cerca de 31,5% dos produtos importados pelo Brasil chegam por Paranaguá e Antonina. Mercado
O gerente executivo do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Estado do Paraná (Sindiadubos), Décio Luiz Gomes, explica que o fertilizante que chegou neste ano – janeiro, fevereiro, março e abril – já estava comprado desde o ano passado, entre setembro e outubro. De acordo com ele, os países importadores de fertilizantes – não apenas o Brasil – acabaram antecipando a compra dos produtos, diante de uma certa falta de matéria prima para a fabricação e da crise energética no mundo.
Comercialização
E além da entrada, Paranaguá acaba sendo, também, centro de comercialização do produto. E nessas negociações, segundo Gomes, as empresas têm as próprias políticas, capacidade e estratégias.
Na última quarta-feira (20), 18 navios aguardavam para descarregar 585 mil toneladas de fertilizantes somente no Porto de Paranaguá.
Apenas nos berços do cais do Porto de Paranaguá, são descarregados quatro navios simultaneamente – somando quase 114 mil toneladas de fertilizantes.
Capacidade
Paranaguá tem uma capacidade estática para mais de três milhões de toneladas de fertilizantes. Somando o espaço em novos galpões lonados, chega a quase 3,5 milhões de toneladas. Apesar de grande, essa capacidade acaba ficando limitada, principalmente quando há demora na expedição do produto para o destino final, no interior do País.
No cais público do Porto de Paranaguá são três berços preferenciais para os navios carregados de fertilizante, mas os navios com a carga ainda podem atracar e descarregar por qualquer outro berço do cais público que não esteja ocupado.
O Porto de Paranaguá conta, ainda, com um píer privado (da Fospar), com dois berços exclusivos e interligados por esteiras. E, em Antonina, são dois berços que podem operar o produto.
Volumes mensais
Na movimentação mensal, as altas observadas nos últimos três meses em relação ao mesmo período do ano anterior foram de 18% em janeiro (884.268 toneladas); 43% em fevereiro (1.318.708 toneladas); e 20% em março (867.930 toneladas). No ano passado, nos mesmos meses, os volumes descarregados foram 749.965 toneladas (janeiro); 919.997 (fevereiro); e 721.232 toneladas (março).