05/06/2023 10h05
Foto: Divulgação
Com medidas de emissão de poluentes cada vez mais restritivas, os fabricantes de automóveis precisam encontrar formas de tornar seus veículos mais ecológicos. Os modelos híbridos se apresentam como soluções mais rápidas para a eletrificação, e a Stellantis começará em breve a sua ofensiva eletrificada.
A Stellantis prepara três tipos de propulsores híbridos e um motor exclusivamente a etanol. O objetivo é que em 2030, 20% dos produtos sejam eletrificados. Hoje, o grupo só conta com um modelos híbrido, o Jeep Compass 4xe, e três 100% elétricos: Fiat 500e, Peugeot e208 e e2008.
Os carros híbridos da Stellantis contarão com os seguintes sistemas: BSG, HEV e PHEV. O sistema HEV (Hybrid Electric Vehicle/Veículo Híbrido Elétrico) é o mais popular no Brasil, sendo utilizado por modelos como Toyota Prius e Corolla Hybrid há um tempo. Ele une o motor a combustão a uma pequena bateria e um propulsor elétrico dedicado, capaz de fornecer energia para mover o veículo por pequenas distâncias. Esse sistema utiliza o motor a combustão como gerador de energia para as baterias de alta tensão.
O sistema PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle/Veículo Híbrido Elétrico Plug-in) é basicamente o mesmo sistema HEV, mas o P significa Plug-In. Todos os modelos com esse sistema devem ser conectados a tomadas ou carregadores elétricos para recarregar a bateria de alta tensão, visto que sua capacidade e autonomia são maiores.
O sistema BSG (Belt Starter Generator/Gerador iniciado por correia) é o mais em conta a ser oferecido. Consiste em uma correia conectando o motor e o alternador, que alimenta uma bateria de 48V. Esse sistema evita esforços do motor e funciona para reduzir emissões e economizar combustível. Em situações de desaceleração, por exemplo, o motor é desligado, mas as demais funções do carro continuam em pleno funcionamento.
De acordo com Marcio Tonani, vice-presidente sênior dos centros técnicos de engenharia para a América do Sul, os três sistemas híbridos poderão ser integrados às plataformas que a Stellantis utiliza no Brasil: MLA (Pulse e Fastback), CMP (Citroën C3, C3 Aircross, Peugeot 208 e futuramente o 2008) e Small Wide (Fiat Toro, Jeep Renegade, Compass e Commander).
Sobre modelos novos com motorização híbrida, uma das novidades programadas é o Jeep Avenger, lançado na Europa no ano passado e que conta com versões híbridas e elétricas. Construído a partir da plataforma CMP, a novidade começará a ser fabricada no Brasil entre 2025 e 2026.
O fabricante ainda estuda conectar o sistema a um propulsor somente a etanol, no caso o motor seria derivado do 1.3 GSE turbo. Curiosamente, os rumores acerca desse motor 100% a etanol são mais antigos do que o próprio propulsor.
O etanol é interessante, pois é produzido a partir da cana de açúcar ou do milho, e, portanto, além de ser uma matéria-prima renovável, polui menos que a gasolina e compensa parte da poluição durante o plantio.
“Nossa previsão é iniciar a produção já no próximo ano. A tecnologia estará disponível para todas as marcas da Stellantis. A definição de quais marcas e modelos a utilizarão será baseada em estratégias de mercado que definiremos mais à frente”, explica Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América Latina.
Pensando em maximizar a redução de emissões e produzir um veículo o mais “limpo” ecologicamente, a Stellantis poderia apostar em uma tecnologia similar à apresentada pela BYD, por exemplo, onde o motor a combustão só funciona para gerar energia para as baterias de alta voltagem.
Fonte: Forbes Motors