12/05/2025 11h04
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Mais de um quarto da população brasileira (26,7%) vive em cidades com condições precárias de desenvolvimento, apontam dados do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM. São 57 milhões de pessoas morando em regiões classificadas com desenvolvimento baixo ou crítico.
São cidades em que o acesso a serviços de saúde e educação é insatisfatório, e há dificuldades, muitas das vezes crônicas, para geração de emprego formal e renda. Quase metade dos municípios do país (47,3%) estão nessas condições.
O indicador da Firjan analisou a situação de 5.550 cidades em 2023. O cálculo é feito com base nos indicadores de Emprego e Renda, Saúde e Educação, levando em conta diversos fatores, desde o acesso à educação integral e a cobertura vacinal até o PIB per capita e a diversidade econômica da região, por exemplo.
O índice de desenvolvimento municipal varia de 0 a 1 ponto, sendo que, quanto mais perto de 1, maior é o nível de desenvolvimento. Cidades com menos de 0,6 ponto são classificadas como de desenvolvimento baixo ou crítico.
O mapa do desenvolvimento revela as desigualdades históricas entre as regiões. No Norte e no Nordeste, 87% dos municípios têm desenvolvimento baixo ou crítico, segundo a Firjan. Já nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, 80% dos municípios registram desenvolvimento alto ou moderado.
Pelo menos 249 municípios no país apresentam nível crítico de desenvolvimento, marcadas pela falta de médicos, de professores qualificados e empregos formais. Nessas cidades, as internações por doenças ligadas à falta de saneamento são 20 vezes maiores.
Apesar do retrato ruim, cidades do interior de SP e do PR lideraram, na última década, o ranking das mais desenvolvidas do país. Ainda assim, mais de 60 milhões de brasileiros estão em municípios com menos de um médico por mil habitantes.
Norte e Nordeste enfrentam piores condições
Pela análise dos estados, dez têm mais da metade da população vivendo em cidades com desenvolvimento baixo ou crítico. Todos estão localizados nas regiões Norte e Nordeste. O pior cenário é o do Amapá, onde todos os habitantes vivem em municípios com condições insatisfatórias de emprego, saúde e educação.
Em seguida, Maranhão (77,6%), Pará (74,6%) e Bahia (70,5%) figuram entre os piores colocados. A lista segue com Piaui (65%), Sergipe (63%), Pernambuco (60%), Acre (56%), Paraíba (55,5%) e Rondônia (52%), onde mais da metade da população se encontra em cidades com esta condição.
Em contrapartida, os melhores desempenhos estão no Distrito Federal (0%), São Paulo (0,3%) e Santa Catarina (1,1%), onde praticamente toda a população vive em cidades com desenvolvimento alto ou moderado. No caso paulista, menos de 1% dos moradores estão em áreas com baixo desenvolvimento.
O Rio de Janeiro (31,9%) e o Ceará (29,1%) aparecem em situação intermediária. Nesses estados, quase um terço da população vive em cidades com baixos indicadores.
Fonte: O Globo