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Economia

Rombo das contas externas recua 37% no primeiro bimestre

Melhora nas contas externas está relacionada com redução dos gastos de brasileiros no exterior

26/03/2021 13h50

Foto: Divulgação

O rombo das contas externas do Brasil caiu 37,2% no 1º bimestre de 2021, ao mesmo tempo em que os investimentos estrangeiros diretos na economia do país mais do que dobraram. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central (BC).

Com relação às contas externas, o déficit registrado nos dois primeiros meses deste ano foi de R$ 9,399 bilhões - menor valor para este período desde 2017.

O déficit em transações correntes, um dos principais sobre o setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).

De acordo com o BC, a melhora no rombo das contas externas na parcial deste ano está relacionado com o déficit menor da conta de serviços, com queda nos gastos no exterior, e também com a redução nas remessas de lucros e dividendos para fora do país.

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, avaliou que a queda no rombo das contas externas está relacionada com o baixo nível de atividade na economia mundial, fruto da pandemia do coronavírus, o que afetou as viagens internacionais e as remessas de lucros ao exterior, diante da queda do lucro das empresas.

Em um cenário de recessão por conta do coronavírus, o déficit das contas externas recuou 75% em 2020 e foi para US$ 12,517 bilhões.

Para todo ano de 2021, a expectativa do Banco Central é de uma nova melhora nas contas externas, por conta do bom saldo da balança comercial (fruto do dólar alto, que torna as exportações mais rentáveis e as compras do exterior mais caras). A estimativa da instituição é de um saldo positivo de US$ 2 bilhões nas contas externas neste ano, o primeiro desde 2007.

Investimento estrangeiro

O Banco Central também informou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 10,845 bilhões no primeiro bimestre deste ano, com aumento de 107% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 5,235 bilhões).

De acordo com números oficiais, o ingresso registrado nos dois primeiros meses deste ano foi o maior para o período desde 2018 (US$ 14,1 bilhões).

Fernando Rocha, do BC, afirmou que ainda não é possível afirmar que esse aumento dos investimentos estrangeiros em fevereiro, e no primeiro bimestre, é uma tendência para o resto do ano.

"O ocorrido em fevereiro não representa necessariamente uma reversão de tendência [de queda de investimentos]. Vamos ter investimentos que foram adiados em 2020, de participação no capital (..) É uma possibilidade que a piora da pandemia impacte isso [para baixo novamente]", acrescentou.

O volume também foi suficiente para cobrir o rombo de R$ 9,399 bilhões nas contas externas no período.

Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.

Em todo ano passado, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 34,167 bilhões em 2020, queda de 50,6% frente a 2019. Foi o menor ingresso em 11 anos.

Para 2021, o Banco Central estima um ingresso de US$ 60 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.

Fonte: G1