18/01/2021 13h49
Foto: Divulgação
A multinacional franco-americana TechnipFMC renovou junto à Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) o contrato de arrendamento da área onde está atualmente instalada, em um espaço de quase 90 mil metros quadrados no Porto de Vitória. Segundo documento, a vigência do acordo é de 180 dias, ou seja, a empresa ficará no local pelo menos até junho deste ano.
A companhia fará o “pagamento de R$ 13,13 por metro quadrado, acrescido de R$ 11,46 por cada tonelada movimentada de produto nas embarcações empregadas na navegação de apoio marítimo à exploração de petróleo e gás offshore, além da remuneração pelo uso de serviços, conforme descrito nos itens tarifários da tabela pública”.
Considerando apenas a precificação relacionada ao tamanho do espaço, o pagamento mensal à Codesa será da ordem de R$ 1,17 milhão. O contrato de uso da área venceu no final de 2019 e, a partir de então, a empresa conseguiu o direito de permanecer no local por meio de uma decisão liminar (provisória) da Justiça. Agora, as partes celebraram um contrato transitório, uma vez que essa foi a alternativa legal encontrada pela Codesa enquanto a Companhia Docas passa pelo processo de desestatização.
A permanência da Technip na área poderá ser renovada por mais seis meses caso a empresa tenha interesse de continuar no Porto de Vitória. Um contrato de médio ou longo prazo, ou seja, que garanta mais estabilidade, só será possível, entretanto, após a mudança de gestão do porto, prevista para 2022.
A companhia se instalou no Porto de Vitória em 1985 para produzir tubos flexíveis voltados para a cadeia de petróleo e gás e, ao longo dos anos, o relacionamento entre ela e a Codesa foi marcado por questionamentos judiciais.
Decisão pelo fim da produção no es
Em agosto de 2020, a Technip tornou pública a decisão de finalizar a sua produção de tubos flexíveis na unidade capixaba. Na ocasião, a multinacional anunciou que iria transferir a fabricação dos equipamentos para o Porto de Açu, no Rio de Janeiro, onde também tem uma planta fabril. A justificativa para a reestruturação dos negócios foi a pandemia da Covid-19 e a redução na demanda do setor de óleo e gás.
À época, a empresa informou que a produção no Porto de Vitória aconteceria até dezembro de 2020, mas que outras atividades da empresa no Espírito Santo permaneceriam inalteradas, não detalhando, porém, quais seriam essas atividades.
A saída, ainda que parcial do Estado, causou grande repercussão, uma vez que a Technip tinha até o momento do anúncio mais de 1.000 empregados. Além disso, existia uma forte preocupação relacionada aos impactos na cadeia de fornecedores e até mesmo na arrecadação de impostos.
Apesar de a multinacional ter optado pelo fim da produção dos tubos flexíveis no Estado, agora, ao renovar o contrato com a Codesa, ela manteve o arrendamento dos mesmos metros quadrados que já ocupava.
O fato chamou a atenção da coluna, que procurou a empresa para saber se o uso do mesmo espaço poderia ser um sinal de que ela pretende postergar o fim da fabricação dos equipamentos ou mesmo mudar a estratégia em relação à produção no Porto de Vitória. A Technip, entretanto, disse que não iria comentar o assunto.
Fonte: A Gazeta