01/04/2020 05h33
Foto: Divulgação
Carreta solidária da Adra
A carreta solidária da Agência Adventista para o Desenvolvimento e Recursos Assistenciais Leste (Adra) chega a Salvador (BA). Em parceria com a Prefeitura, vai oferecer um espaço voltado para serviços de lavanderia industrial, alimentação e assistência psicossocial a pessoas que estão em situação de rua em Salvador, durante o período de enfrentamento ao coronavírus. O equipamento foi instalado, no Terminal do Aquidabã, e a ideia é que o projeto funcione de forma itinerante, percorrendo outras regiões da cidade.
A carreta vai realizar no local 500 atendimentos por dia, inclusive aos finais de semana, no horário das 8h às 15h. A estrutura, trazida de outro estado, possui três compartimentos, sendo uma cozinha para preparação das refeições; uma sala para atendimento psicossocial e outro compartimento com máquinas industriais de lavagem e secagem.
O acesso ao serviço será feito através das equipes de abordagem social da Adra e da secretária de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre), com reforço de 15 voluntários.
Um dos serviços é o de lavagem de roupas e pertences. A lavanderia industrial tem capacidade para lavar e secar 280 kg de roupa e cada processo dura cerca de uma hora e meia. Também serão fornecidas no local 500 refeições diariamente.
Atendimento psicológico online e gratuito
O Núcleo de Promoção à Saúde do INTS deu início ao atendimento psicológico online e gratuito para a população baiana neste período de isolamento social causado pelo novo coronavírus. O serviço tem como prioridade pessoas confinadas que estejam com quadro de ansiedade e angústia causados pela pandemia do Covid-19.
Os interessados podem marcar a consulta de segunda à sexta, no horário das 8h às 17h, por mensagem de texto no WhatsApp do número (71) 99652-5298.
Trabalhadores informais
O Brasil possuía 38 milhões de trabalhadores na informalidade no trimestre encerrado em fevereiro. O dado consta na pesquisa Pnad/Contínua, divulgado pelo IBGE. O mês passado registrou uma queda na informalidade, mas ainda representa 40,6% da população ocupada. O segmento é também um dos que enfrenta mais dificuldades com o isolamento social, necessário para conter o avanço do novo coronavírus.
Entre os informais estão trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e por conta própria sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares (1,97 milhão).Conforme o IBGE, o percentual de informais entre os ocupados (93,7 milhões de brasileiros) eram maiores no trimestre anterior (setembro a novembro de 2019, 41,1%) e no mesmo trimestre um ano antes - de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019 (40,7%).
Aplicativo para monitorar casos suspeitos
O governador Rui Costa, que preside o Consórcio Nordeste, anunciou o lançamento de um aplicativo para monitorar casos suspeitos de coronavírus. A ferramenta atenderá aos governadores e prefeitos da região nordeste.
O indivíduo que sentir os sintomas precisará apenas baixar o aplicativo e inserir seus dados e sintomas, para então ser automaticamente monitorado.
A ação é uma das iniciativas adotadas pelo grupo para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. Na última segunda-feira (30), foi oficializado o Comitê Científico, coordenado pelo cientista Miguel Nicolelis e pelo ex-ministro de Ciência e Tecnologia Sérgio Rezende.
O comitê ficará responsável também por apresentar alternativas aos insumos médicos, que estão sumindo do mercado, como máscaras de proteção, e que tipo de negociação pode ser feita para mobilizar cadeias produtivas e empresas que possam transformar sua produção em respiradores. Os protocolos de atendimento serão orientados pelos cientistas, guiando na seleção e definição dos pacientes que precisam ou não estar numa unidade de terapia intensiva, em que momento deverão ser intubados ou quando poderão sair.
Um a cada cinco médicos no Brasil possui 60 anos ou mais
Um levantamento feito pelo jornal carioca a partir dos dados mais recentes do Conselho Federal de Medicina (CFM), reunidos em 2018, mostra que ao menos um a cada cinco médicos no Brasil possui 60 anos ou mais. Dos 414.831 profissionais dessa categoria no país, 84.310, ou 20,3%, estão nessa faixa etária.
Em alguns estados do Nordeste a situação é mais crítica: em Alagoas, 28,7% dos médicos são idosos; na Paraíba, 25,8%. No Rio, são 24,8%. Não há dados sobre quantos médicos no Brasil possuem alguma doença que os coloca também no grupo de risco, assim como ocorre com os profissionais acima de 60 anos.
Dados do Ministério da Economia apontam que o percentual de médicos acima de 60 anos é similar nas redes pública e privada. Enfermeiros e técnicos de enfermagem, que também possuem alto grau de exposição, são categorias com menor proporção de idosos — 2,5% e 4,25%, respectivamente, de acordo com números do Ministério da Economia.
O vice-presidente do CFM, Donizetti Giamberardino, afirmou que o risco de perder mão de obra durante a epidemia do coronavírus é um “grande problema” e também projeta um afastamento de 40% da força de trabalho por causa do Covid-19 e de outras doenças. O CFM recomenda que médicos com mais de 60 anos não atendam diretamente casos de coronavírus. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) faz a mesma orientação.
Cuidado com as crianças
O ineditismo de ações de isolamento e quarentena em meio à tentativa de contenção do novo coronavírus (Covid-19) tem feito uma pressão adicional em muitas famílias que estão tentando equilibrar o trabalho – em casa ou na rua -, as tarefas de casa e o cuidado com as crianças afastadas da escola e das atividades esportivas ou sociais.
A diretora de políticas públicas para a América Latina e o Caribe do International Centre for Missing & Exploited Children (ICMEC), Kátia Dantas, elenca uma série de recursos que podem ser usados por pais e mães para tentar diminuir o estresse no dia a dia. Manter a rotina e as tarefas regulares dentro do possível é uma das dicas.
Segundo a especialista, em momentos de estresse, é normal que a criança sinta maior necessidade dos pais, aumentando a exigência sobre eles. Para diminuir essa ansiedade, ela sugere conversas honestas com os pequenos, apropriadas para a faixa etária, sobre Covid-19. É importante ainda ajudar as crianças a expressarem seus medos e ansiedades de forma positiva.
Para os adultos, ela reforça a necessidade de prestar atenção na saúde mental, o que vai contribuir de forma positiva também para o ambiente familiar. Ela sugere ainda a busca por informações em fontes fidedignas (imprensa, autoridades de saúde dos países e Organização Mundial da Saúde). Além disso, é importante também evitar o “bombardeio desnecessário” de notícias – concentrando a leitura em apenas um momento do dia.
A ICMEC é uma organização não governamental que atua, há mais de 20 anos, para erradicação do abuso e da exploração sexual de crianças, além do combate ao desaparecimento e sequestro de crianças no mundo inteiro.