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Gestão

Vulcabras Azaleia compra Mizuno no Brasil por R$ 200 milhões

Negócio envolve desembolso de R$ 32 milhões e ainda precisa de aprovação regulatória

22/09/2020 14h49

Foto: Divulgação

A Vulcabras Azaleia anunciou nesta segunda-feira a compra dos direitos de fabricação e comercialização da marca de roupas e calçados esportivos Mizuno no Brasil, que era operada pela Alpargatas. O negócio é avaliado em R$ 200 milhões, segundo as duas empresas.

A compra não envolve os ativos industriais que a Alpargatas utiliza atualmente para a fabricação dos produtos da japonesa Mizuno. A marca japonesa, especializada em calçados de corrida, está no Brasil há 20 anos.

A operação ainda precisa ser aprovada pelo Cade (órgão antitruste brasileiro) e da celebração de um contrato de distribuição entre a Vulcabras e a japonesa Mizuno Corporation, detentora global da marca.

Pelo acordo, os atuais recebíveis da Mizuno ficam com a Alpargatas e serão contabilizados na estrutura de pagamento da operação.

A Vulcabras vai desembolsar R$ 32,5 milhões pela marca. Desse montante, R$ 10 milhões são pagos até o fechamento do negócio, e o restante em até cinco dias úteis depois que for apurado o valor final da operação, o que dependerá também do estoque.

De olho no segmento esportivo

Com a aquisição da Mizuno, que teve faturamento de R$ 444 milhões no país no ano passado, a Vulcabras amplia sua presença no segmento esportivo.

A empresa já tem os direitos, no Brasil, da Under Armour e também é dona da Olympikus, que a Vulcabras diz ser "a maior marca de calçados esportivos em termos de volume no Brasil". A informação é atribuída à Kantar Worldpanel, que procurada pela reportagem diz que não confirma nem desconfima ser a fonte do dado devido a acordos de confidencialidade com seus clientes. 

“Colocaremos à disposição das nossas marcas Mizuno, Under Armour e Olympikus o maior centro de desenvolvimento e tecnologia da América Latina e uma moderna fábrica, capaz de produzir qualquer tênis do mundo”, afirmou em nota o presidente da Vulcabras, Pedro Bartelle.

Segundo a Alpargatas, as fábricas que hoje fazem produtos Mizuno "serão remodeladas e reestruturadas para que estejam preparadas para atender o crescimento de Havaianas em chinelos e novos segmentos". A empresa não informou se haverá demissões.

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o subsetor de esportivos é mais intensivo em mão de obra que a média do segmento, devido à maior complexidade produtiva.

Para Haroldo Ferreira, presidente executivo da Abicalçados, a Vulcabras Azaleia já tem expertise no desenvolvimnto e na fabricação de tênis esportivos e poderá ter ganhos de eficiência na produção.  

O segmento esportivo costuma ter maior valor agregado. Ele representa, por exemplo, 9,2% do volume de produção de calçados no Brasil (de 908 milhões de pares em 2019), mas mais de 15% do faturamento da indústria calçadista (R$ 23 bilhões em 2019).

"A produção de calçados esportivos cresce acima da média setorial. Entre 2017 e 2019, a produção, em volume, cresceu em média 2,7% ao ano, ao passo em que a produção de calçados total cresceu, em média, 0,3% ao ano", afirma em nota. A entidade não possui dados de participação de mercado das marcas.

Fonte: O Globo